Nesta terça-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou o fim da extinção da Ceitec, empresa de chips e semicondutores nacional.
Em 2021, o governo Bolsonaro ordenou a extinção da empresa pública e sua liquidação completa, acabando com uma das principais estatais de pesquisa e tecnologia do país.
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A Ceitec não era lucrativa, mas era estratégica para a indústria nacional, afinal, o domínio da tecnologia de chips e semicondutores é essencial para o desenvolvimento de tecnologias nacionais.
A reversão da extinção da Ceitec por Lula já era uma promessa de campanha e agora foi concluída pelo presidente brasileiro.
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Guerra dos chips
Chips são estratégicos para o desenvolvimento tecnológico dos países. Atualmente, é um dos principais pontos de embate entre China e Estados Unidos em suas batalhas comerciais e na questão de Taiwan, como sempre é relembrado na coluna China em Foco, da Fórum.
Uma produção estatal de chips avança ao redor do mundo e é a principal fronteira de conhecimento para a humanidade.
"O chip é fundamental para todo e qualquer aparelho eletrônico. Ele é estratégico para computadores, mísseis, celulares e carros", explica o sociólogo e divulgador do software livre Sérgio Amadeu em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia.
Os chips da Ceitec, afirma o pesquisador, eram de baixa tecnologia, mas tinham importância para a evolução da ciência brasileira. "A gente precisa ampliar e colocar dinheiro nela. O Brasil vai apostar em que política em relação ao semicondutor? Ele vai seguir a China, vai fazer uma política múltipla, ou vai seguir os EUA? É estratégico ter uma política de chips", completa o pesquisador.
O que é a CEITEC?
A Ceitec é uma empresa de tecnologia brasileira especializada no desenvolvimento e fabricação de projetos em microeletrônica, ou seja, circuitos integrados, ou chips.
Ela é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) que atua no segmento de semicondutores.
O principal objetivo da Ceitec é incentivar a produção de componentes semicondutores e a educação em microeletrônica, fazendo parte da política de desenvolvimento tecnológico e industrial do governo federal brasileiro.
A empresa foi fundada em 2008, durante o governo de Lula, com o principal propósito de desenvolver e fabricar chips. Um dos mais bem-sucedidos projetos da empresa é um dispositivo LF-RFID avançado projetado para uso na indústria de gado do Brasil como parte de um sistema de ponta para rastrear os animais.