Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR) detonou o editorial desta quarta-feira (22) em que o Estadão ataca o partido e tenta se colocar como vítima após a Fórum desconstruir o factóide da "dama do tráfico", criado pelo tablóide ultraconservador para atacar o ministro da Justiça, Flávio Dino, que está na disputa pela indicação de Lula na vaga deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
No texto, o jornal comandando por Francisco Mesquita Neto destila seu ódio histórico contra o PT e diz que a prometida defesa da democracia não passava de patranha, termo que é sinônimo de mentira.
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A própria presidenta do PT, além de Dino, é atacada pelo tablóide por usar a reportagem da Fórum para mostrar os interesses em torno do factóide criado para dar sobrevida ao ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, na disputa ao STF.
"Ato contínuo, todo o exército de militantes petistas na internet passou as horas e dias seguintes a repercutir a patranha, sem qualquer cuidado a respeito da veracidade do que ali se expunha", diz o texto, que ainda resgata termo "blogs sujos", cunhado em 2010 pelo então presidenciável do PSDB, José Serra, para atacar a insurgente blogosfera progressista.
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Ao rebater os ataques do tablóide, Gleisi é cirúrgica em "desenhar" de onde parte a mentira.
"'Patranha' (sinônimo de história enganosa) é publicar notícia falsa sobre o Ministério da Justiça, como vocês fizeram, gerando uma série de ataques ao ministro Flavio Dino. 'Patranha' é tratar a reação indignada, que não foi apenas nossa, como se fosse perseguição à imprensa", afirmou a deputada.
Em seguida, Gleisi alerta que "já vimos esse filme" ao lembrar a politicalha recorrente do Estadão contra Lula e o PT.
"Quanto mais o jornal se afunda na defesa de seu erro, mais evidente fica a intenção política de atacar o PT e o governo Lula. Já vimos esse filme e sobrevivemos a muitas “patranhas” do Estadão. Quem faz política publicando mentiras não pode dar lição de democracia a ninguém", conclui a deputada.
Simbiose com o bolsonarismo
A simbiose entre a mídia conservadora liberal e a ultradireita fascista, que levou Jair Bolsonaro (PL) ao poder, fica cada dia mais evidente e foi escancarada com o factóide criado pelo Estadão sobre a "dama do tráfico", alcunha criada pelo tablóide antipático ao governo para classificar Luciane Barbosa Farias e relacioná-la ao ministro da Justiça Flávio Dino.
Após revelação de nova denúncia de "assédio moral" e violação de direitos dos próprios funcionários no Ministério Público do Trabalho (MPT), o folhetim conservador divulgou um editorial que mostra a origem do ranço da mídia liberal com os sites progressistas, que romperam o monopólio da informação e denunciaram a parcialidade - por vezes criminosa - dos jornalões na defesa dos interesses de endinheirados.
No texto, o Estadão resgatou o termo cunhado em 2010 pelo então presidenciável do PSDB José Serra - apoiado pela família Mesquita - para atacar a insurgente blogosfera progressista, que está na origem dos atuais sites progressistas, como a Fórum.
"Esse episódio serve para recordar que, por trás da fachada de defensores da democracia, os petistas são e sempre foram raivosos inimigos da imprensa livre. Desde os tempos da trevosa era petista no poder, jornalistas são ameaçados de agressão por militantes do partido. Há toda uma rede de veículos de comunicação a serviço do lulopetismo que se dedicam a destruir a reputação de jornalistas e de veículos independentes. O bolsonarismo certamente se inspirou nesse método do PT para, por sua vez, hostilizar a imprensa e os jornalistas. O “gabinete do ódio” bolsonarista é filhote dos 'blogs sujos'”, bradam os editorialistas do tablóide, sob o título "a ‘democracia’ do PT é com aspas".
Sem entender direito - já que o texto critica também o chamado "Gabinete do Ódio", o vereador Carlos Bolsonaro (PL) fez dobradinha com o tablóide conservador e compartilhou o editorial em suas redes sociais para atacar Lula.
"Perceberam tarde e toda tentativa de aviso sempre foi classificada como 'crime' pelos mesmos que hoje sofrem perseguição. Aonde isso vai parar? Não vai parar até que a própria militância mais aguerrida seja a vítima, vide a inspiração do PT: Cuba!", tuitou o filho "02" de Bolsonar, em interpretação confusa do texto.