CLÃ BOLSONARO

Carlos Bolsonaro tenta reaver porte de arma na Justiça após ação contra Léo Índio

Filho de Bolsonaro afirma sofrer ameaças e por isso teria a necessidade de andar armado.

Léo Índio com Jair e Carlos Bolsonaro.Créditos: Instagram
Escrito en POLÍTICA el

Um dia após a Polícia Federal (PF) cumprir mandado de busca e apreensão contra Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, na operação Lesa Pátria, que investiga os golpistas de 8 de Janeiro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) entrou com ação na Justiça Federal para tentar reaver seu porte de armas.

A ação, apresentada nesta quinta-feira (26), tenta reverter a decisão da PF, que indeferiu a renovação do porte de um revólver calibre 38 que pertence ao filho de Jair Bolsonaro (PL) - e primo de Léo Índio.

Na ação, Carlos Bolsonaro afirma sofrer ameaças e por isso teria a necessidade de andar armado. A alegação já havia sido feita à PF em julho, quando alegou que teria a "cabeça a prêmio". 

No entanto, a PF indeferiu o pedido afirmando que não foram comprovadas ameaças ou riscos individualizados, superiores e distintos em relação aos perigos habituais por quem exerce a mesma atividade profissional para justificar a concessão excepcional do porte.

O filho de Bolsonaro teria decidido entrar na Justiça, pois acredita que não teria sucesso em recorrer à própria PF.

Léo Índio

Alvo de busca e apreensão na 19ª fase da Operação Lesa Pátria, Léo Índio tem estreita ligação com o primo, Carlos Bolsonaro, e pode levar definitivamente o clã para o centro das investigações sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro.

Léo Índio foi incluído na investigação sobre os atos golpistas em abril pela Procuradoria-Geral da República. Ele já havia sido alvo de uma das primeiras fases da operação Lesa Pátria, no dia 27 de janeiro, por divulgar nas redes sociais uma foto em frente ao Congresso Nacional pouco antes do início das depredações, que atingiram ainda o Palácio do Planalto e o edifício-sede do STF.

Após a repercussão negativa da publicação, o sobrinho de Bolsonaro voltou às redes sociais para se explicar e disse que os olhos vermelhos eram por causa do gás lacrimogênio. Ele também iniciou a narrativa de que a depredação teria sido feita por "infiltrados" da esquerda, que foi propagada pelo clã e aliados do ex-presidente.

“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu após o 8 de janeiro.

A investigação de Léo Índio, principalmente das mensagens em seu aparelho, celular pode ligar diretamente o clã Bolsonaro nos atos do dia 8 de janeiro.