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Entenda por que mudanças na PGR tiram o sono de Bolsonaro

Após a saída de Augusto Aras, a procuradora-geral interina Elizeta de Paiva Ramos fez uma reorganização interna na instituição

Bolsonaro revoltado durante live.Créditos: Reprodução/Youtube
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Desde o último dia 26 de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vem passando por uma série de mudanças e reorganizações internas que tiram o sono do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Naquela data, o ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, muito criticado no último período por blindar Bolsonaro em uma série de investigações, deixou a instituição.

Durante sua gestão, a PGR de Aras se posicionou contrária a realização de investigações decorrentes da CPI da Covid-19 – que propunham uma dezena de indiciamentos. Mais recentemente, também se posicionou contra a homologação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o uso de provas contra o ex-presidente obtidas pela Polícia Federal nos últimos meses.

Mas os ventos parecem estar virando na PGR. Substituta de Aras, a procuradora-geral da República interina Elizeta de Paiva Ramos vem promovendo uma série de mudanças dentro da instituição que podem destravar a dita blindagem.

Entre essas mudanças, uma em especial atinge Bolsonaro: a entrega das investigações sobre o ex-presidente ao subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, o mesmo que já era responsável pelas investigações a respeito da intentona golpista de 8 de janeiro.

De acordo com reportagem de Aguirre Talento, no Uol, a mudança indicaria um entendimento da PGR de que a investigação sobre a trama golpista teria uma relação direta com os inquéritos das fakes news e milícias digitais através da figura de Bolsonaro. Em entrevista ao jornalista, Frederico disse que “não joga provas fora”, dando a entender que, ao contrário da gestão anterior, a PGR agora usará tudo o que tiver à disposição nas investigações, incluindo as recentes informações coletadas pela PF.

Carlos Frederico é o mesmo subprocurador-geral que nesta sexta-feira (20) pediu ao Supremo Tribunal Federal que mande a Polícia Federal investigar os R$ 17 milhões supostamente doados a Bolsonaro por Pix.

Para piorar a situação do capitão, Carlos Frederico Santos ainda é um dos cotados pelo presidente Lula para assumir o cargo de Procurador-Geral da República de forma definitiva.