NOVO BRASIL

Lula dá recado a bolsonaristas em reunião com governadores: "disseminação do ódio acabou"

Presidente anunciou plano de trabalho com governadores para obras consideradas essenciais - que serão financiadas por bancos públicos - e abriu as portas do Planalto a todos os governadores e governadoras.

Lula em encontro com governadores.Créditos: Reprodução/Youtube
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Na abertura da reunião com governadores dos Estados na manhã desta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um recado claro aos mandatários estaduais que se elegeram na esteira do bolsonarismo, como Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), de São Paulo, que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL), e o mineiro Romeu Zema (Novo), que se descolou do ex-presidente durante as eleições, mas busca ocupar o espaço aberto na ultradireita radicalizando seu discurso, com ataques infundados ao governo federal.

Após anunciar que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste e outros bancos públicos vão voltar a financiar obras nos estados, Lula mirou os governadores bolsonaristas e falou como será o tratamento dado a eles em sua gestão.

"Depois de ouvir todo mundo, eu quero encerrar essa reunião fazendo propostas de trabalho para nós. Eu só queria que vocês tivessem me mente o seguinte: não há, da parte do presidente e do vice-presidente da República, nenhum veto a qualquer companheiro ou companheira que queiram conversar. A porta desse Palácio estará aberta a todo governador e governadora que tiver uma demanda que precisa ser discutida com o governo federal. Nós iremos tentar mostrar ao Brasil que governar de forma civilizada é muito importante para que a gente possa encontrar a paz nesse país", disse.

Em seguida, Lula lembrou os atos terroristas promovidos pelos apoiadores golpistas de Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes e disse que o terror não voltará às ruas no país.

"Nós precisamos garantir ao povo brasileiro que a disseminação do ódio acabou. Nós precisamos mostrar ao povo brasileiro que o que aconteceu no dia 8 de janeiro não voltará a acontecer porque não é próprio da democracia aquela manifestação, aquela barbárie que foi feita aqui no dia 8, quando todo mundo estava muito tranquilo nesse país", afirmou.

O presidente ainda deu as diretrizes que vão imperar na relação com os governadores dos estados.

"Nós vamos recuperar a democracia nesse país. E a essencialidade da democracia é a gente falar o que quer desde que a gente não obstrua o direito do outro falar. A gente pode fazer o que quer, desde que a gente não adentre ao espaço de outras pessoas. Por isso, eu falo que o Brasil vai voltar à normalidade".

Lula ainda brincou com o vice, que não quis despachar de sua sala quando ocupou a Presidência de forma interina durante a viagem à Argentina e ao Uruguai. Lula disse ao vice que pode despachar de seu gabinete pois s cadeira dele "afaga, não morde" .

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