PEDRA NO SAPATO

"Acabou"; "esquece": Bolsonaro vira problema em grupo da cúpula do PL

Ex-presidente, investigado pelo STF e sob o risco de ser preso, já começou a ser rifado por Valdemar Costa Neto

Jair Bolsonaro.Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Jair Bolsonaro, que foi incluído nas investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os atos terroristas em Brasília e que corre o risco de ser preso, está sendo rifado pela cúpula de seu partido, o PL

Cada vez mais isolado, o ex-presidente, que vem fazendo poucas aparições públicas nos EUA, onde está desde 31 de dezembro de 2022, passou a ser uma pedra no sapato de Valdemar Costa Neto, presidente de sua legenda, que vem pedindo a correligionários para "esquecerem" Bolsonaro. 

A situação do ex-mandatário, que já era delicada por ser alvo de inúmeras investigações, se complicou ainda mais após a Polícia Federal encontrar na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de seu governo e que foi preso no último domingo (15), a minuta de um decreto golpista para anular o resultado das eleições. 

Em um grupo de WhatsApp com parlamentares do PL, Valdemar Costa Neto já teria dado o recado, segundo o jornalista Daniel Cesar, do portal IG. "O PL não é o Bolsonaro. O Bolsonaro acabou. Esqueçam ele", teria dito o dirigente em resposta a um deputado que teria sugerido pedir "orientação" ao ex-presidente sobre os rumos da legenda. 

Outro parlamentar da sigla teria dito que "ninguém mais se importa" com Bolsonaro. A ideia da sigla fazer oposição ao governo Lula no Congresso Nacional, mas "expurgando o bolsonarismo". 

Bolsonaro se pronuncia pela primeira vez após ser incluído em investigação de atos terroristas

Bolsonaro quebrou o silêncio nesta segunda-feira (16). Em conversa com apoiadores que o circundam no condomínio em que vive atualmente, no estado da Flórida (EUA), o ex-presidente afirmou que só deixou "boas heranças" para o governo Lula e, ao comentar os ataques terroristas, o líder da extrema direita brasileira disse que as pessoas "passaram a dar valor à liberdade". 

"Lamento o que aconteceu dia 8, uma coisa inacreditável. Mas no meu governo, o pessoal aprendeu o que é política, conheceu os poderes, começou a dar valor à liberdade. Eu falava para alguns sobre a liberdade, e eles diziam que era igual ao sol, nasce todo dia, mas não é assim não. A gente acredita no Brasil", declarou, equiparando ataques terroristas à luta pela liberdade.