Alvo de críticas dos próprios integrantes do governo Lula pela estratégia de "apaziguamento", o ministro da Defesa José Múcio Monteiro foi defendido por ex-ocupantes da pasta que se reuniram de forma virtual na manhã desta quarta-feira (11) com o senador Jaques Wagner (PT-BA), que já ocupou o cargo em 2015 no governo Dilma Rousseff (PT).
Participaram da reunião os ex-ministros Nelson Jobim - que teria indicado Múcio para o cargo -, Aldo Rebelo, Raul Jungmann e Fernando Azevedo.
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Dividindo a liderança do governo no Senado com Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Wagner ouviu dos ex-ministros que a estratégia de Múcio está correta e rejeitaram "enquadrar militares", segundo reportagem de Igor Gielow na Folha de S.Paulo.
Em entrevista ao Fórum Café na manhã desta sexta-feira (11), o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, subordinado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, criticou a estratégia de "apaziguamento" do ministro da Defesa.
Para Damous não há espaço para negociação com os militares, que devem seguir as ordens judiciais e obedecer ao comandante supremo das Forças Armadas, que é o presidente Lula (PT).
"Chegou a hora de ter uma conversa séria com militares, não aceitar mais essa coisa de tutela, de sempre ter que negociar. Eles têm que obedecer ordens: o comandante supremo das Forças Armadas é o Presidente da República. Não dá mais para ficar contemporizando, negociando. Se o juiz manda prender, tem que obedecer. Bandido que comete crime tem que ir para a cadeia. Os militares não podem ficar passando pano nisso, como estavam passando", afirmou.
Em seguida, o secretário criticou a estratégia de Múcio que, desde que foi indicado para ministro, tem apostado em uma relação de submissão ao comando das Forças Armadas.
"De fato, mostra que a estratégia do ministro Múcio não está dando resultado. E domingo mostrou isso. Essa política de "apaziguamenteo", entre aspas, nós vimos no que isso já deu em outras eras, em outros tempos históricos. E agora é hora de fazer cumprir a lei e a Constituição", disse.
Nesta terça-feira (10), o deputado federal André Janones (Avante-MG) chegou a anunciar que Múcio pediria para ser exonerado nas próximas horas. No entanto, o ministro teria resistido às pressões e decidido que só deixa o cargo se for exonerado por Lula.