Na data nacional mais importante para o país em décadas, o Bicentenário da Independência do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) resolveu transformar a festa pública em seu comício eleitoral e vergonhosamente utilizou o marco histórico cívico-militar para falar palavrões e ofender, atacar e ameaçar adversários.
Para piorar ainda mais o comportamento esdrúxulo e o deboche com a lei e os recursos públicos, uma promíscua e escandalosa relação de Bolsonaro com grupos privados, neste feriado de 7 de Setembro, veio à tona.
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O trio elétrico usado em Brasília pelo mandatário e candidato à reeleição, estacionamento poucos metros atrás da estrutura de Estado usada para o desfile militar, de onde disparou impropérios e disse ser "imbrochável", foi pago por um grupo de ruralistas que se autodenomina Movimento Brasil Verde e Amarelo.
Além do palanque de Bolsonaro, outros dois caminhões de som foram deslocados e pagos pelo mesmo grupo para retransmitirem o seu discurso ao longo de toda a Esplanada dos Ministérios. Em todos os veículos havia uma faixa com os dizeres "agro é Brasil".
Segundo reportagem do diário conservador paulista O Estado de S. Paulo, quem pagou pela locação de todos os caminhões foi um homem chamado Julio Nunes, que é produtor agrícola do Mato Grosso do Sul.
Em seu currículo de proximidade e "quebra-galhos" para o círculo palaciano bolsonarista, Nunes, diz o Estadão, já pagou outro equipamento semelhante, no Dia do Trabalho de 2021. Ele, em nome do grupo ruralista que representa, já teve inclusive agenda oficial no Palácio do Planalto e no Palácio Alvorada com o presidente, e cumpriu compromissos com a primeira-dama Michelle Bolsonaro.