VERGONHA

Bolsonaro chega a ato político no RJ e comandantes militares estão no palanque

Altos oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica cumprimentam alegremente Braga Netto, vice na chapa do PL, o senador Flávio Bolsonaro, investigado por rachadinhas, e Daniel Silveira, condenado pelo STF por pregar golpe

Flávio Bolsonaro e Braga Netto festejam com oficiais generais, enquanto Bolsonaro faz campanha.Créditos: GloboNewsReprodução
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O que já era esperado se concretizou na tarde deste 7 de Setembro de 2022, ano que marca o Bicentenário da Independência do Brasil. O tal ato cívico-militar realizado na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, que deveria ser um evento de Estado, transformou-se num comício político descarado, vergonhoso e financiado com dinheiro da máquina federal para enaltecer o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para quem entende que isso já é o suficiente para se configurar uma relação promíscua, inadmissível e ilegal entre a figura do candidato à reeleição ao Planalto e seu papel de chefe de Estado numa data histórica nacional importante, o pior ainda estava por vir.

Altos oficiais generais das três Forças Armadas, inclusive usando faixas atravessadas no peito alusivas ao seus papéis de comandantes, subiram no palanque eleitoral de Bolsonaro e, diante de uma recepção claramente política e com intenções de campanha, cumprimentaram de maneira esfuziante figuras como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente e investigado por inúmeros casos de rachadinha, o deputado federal cassado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF por ameaçar ministros e pregar golpe de Estado, e o general aposentado Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Bolsonaro.

Luciano Hang, empresário dono da Havan e fiel escudeiro de Bolsonaro em seu setor econômico, recentemente alvo de investigações e ações da Polícia Federal (PF) por suspeitas de patrocinar iniciativas golpistas e antidemocráticas, era outra personalidade a fazer parte do cenário eleitoral construído vergonhosamente num evento que deveria ser cívico-militar e de caráter de Estado.