O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que usa muito a família em sua campanha à reeleição, sumiu com a imagem de seu irmão, o empresário Marco Aurélio Garcia, condenado por lavagem de dinheiro na chamada máfia do ISS, esquema que desviou mais de R$ 500 milhões dos cofres da Prefeitura de São Paulo.
Marco Aurélio é réu confesso. Ele assinou acordo de não persecução penal com o Ministério Público no qual afirmou ter feito prática ilegal no caso de ocultação de imóvel. O acordo, homologado em julho do ano passado, prevê o pagamento R$ 900 mil, parcelados em 36 meses, em reparações, segundo documentos da Justiça aos quais a Folha teve acesso.
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Máfia do ISS
A máfia do ISS foi uma quadrilha que agia na administração municipal, cobrando propina de construtoras e desviando verba de impostos municipais. O caso foi investigado pela CGU (Controladoria Geral do Município) de São Paulo e pelo Ministério Público.
Conforme a denúncia, Marco Aurélio foi "testa de ferro" e ajudou os fiscais "a ocultarem e dissimularem a origem e localização de valores provenientes das práticas criminosas por intermédio da aquisição de apartamentos", de acordo com o Gedec (Grupo Especial de Repressão aos Delitos Econômicos) do Ministério Público.
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Os fiscais davam descontos no ISS cobrado para a expedição do Habite-se das obras. Em troca, cobravam a propina. Ao menos 410 construções teriam pago para obter este desconto.
Marco Aurélio chegou a ser considerado foragido, em 2019. Rodrigo Garcia, que na época era vice-governador, afirmou que o caso era "uma questão de família".
Ao mesmo tempo em que tem se esquivado de Marco Aurélio durante a campanha, Rodrigo afirma que o seu irmão Paulino Garcia, morto em 1993 em um acidente automobilístico, foi um dos responsáveis por ele estar na política.
Nota da assessoria
A assessoria do governador afirma em nota que "Rodrigo Garcia não responde e jamais responderá pelos atos de seu irmão". "A Folha de S.Paulo trata como assunto novo um caso resolvido na Justiça em março de 2021, quase 1 ano e meio atrás", diz.
Com informações da Folha