Revoltado com as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibiu o porte de armas em seções eleitorais e com recente decisão do ministro Edson Fachin que limita seus decretos sobre armas para conter a violência política no período, o presidente Jair Bolsonaro (PL) abusou das palavras para desabafar em suas redes sociais e chamou os ministros do TSE de "tiranos".
“Uma ação autoritária nunca é assim chamada por seu autor. Pelo contrário, ela aparenta combater supostas ameaças para que seja legitimada. Assim, abusos podem ser cometidos sob o pretexto de enfrentar abusos. Esse é o mal das aparências, elas favorecem os verdadeiros tiranos”, escreveu o presidente na conclusão da sua publicação, que contou com sete tuítes ao todo.
O presidente começa a publicação falando que o Brasil seria um país onde reinam as aparências e que, anestesiado por uma “falsa sensação de harmonia”, o povo ficaria afastado da participação política. Parece piada, mas o discurso é sério e pega com apoiadores que o enxergam como um paladino da liberdade contra o sistema, apesar de ter sido deputado federal vinculado ao centrão por quase 30 anos.
“Na aparência, o mal pode ser facilmente confundido com o bem. A vantagem acaba sendo de quem finge mais. Eu poderia muito bem me adequar a isso e me tornar a voz do establishment, mas jamais trocaria a minha alma e a minha consciência pelo aplauso de meia dúzia de vagabundos,” afirmou o presidente antes de colocar a culpa na “forma como expressa” pela falta de aplausos além dos próprios apoiadores.