RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Bolsonaro faz comício na ONU e mente sobre Venezuela na Assembleia Geral das Nações

Números citados pelo presidente durante o discurso vão de encontro aos registros oficiais do programa de seu governo e da ACNUR, agência da ONU para refugiados

Bolsonaro faz comício na ONU e mente sobre Venezuela na Assembleia Geral das Nações.Créditos: Reprodução/ redes sociais / Youtube
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O presidente Bolsonaro discursou nesta terça-feira (20) na Abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) e, como era de se esperar, o mandatário fez da ONU palanque eleitoral para disseminar mentiras sobre o Brasil e a Venezuela. 

Ao tratar da questão de venezuelanos que migraram para o Brasil, Bolsonaro mentiu e apresentou números inflados que escampam da realidade de dados que o seu o próprio governo organiza. 

"Contribuímos para a paz ao abrirmos nossas fronteiras para aqueles que buscam uma chance de reconstruir suas vidas em nosso país. Desde 2018, mais de seis milhões de irmãos de venezuelanos foram obrigados a deixar seu país. Muito deles vieram para o Brasil". 

Em seu discurso, Bolsonaro afirma que mais de 6 milhões de venezuelanos deixaram o país. No entanto, ele mentiu. 

Segundo dados da ACNUR, a agência da ONU para refugiados, o número total de pessoas que deixaram a Venezuela é de 5,4 milhões, ou seja, Bolsonaro “errou” por uma diferença de quase 500 mil pessoas. 

Bolsonaro também mentiu sobre o número de pessoas da Venezuela que imigraram para o Brasil, ao dizer que “mais de 350 mil” vieram para o país”. Dados do programa Operação Acolhida, citado por Bolsonaro na ONU, afirma que hoje são 325.763 venezuelanos que vivem no país. 

Segundo dados da plataforma R4V, o Brasil é o quinto destino dos venezuelanos, em primeiro lugar vem a Colômbia, que tem 1.842.390 imigrantes; seguido do Peru, que tem 1.286.464; Equador, com 513.903; e por fim, o Chile, que acolhe 448.138. Os dados são plataforma R4V, que reúne informações das Nações Unidos e do governo brasileiro.

Confira abaixo a integra do discurso de Bolsonaro na ONU: 

 

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