TOMA LÁ, DÁ CÁ?

Tebet teve acesso a R$ 28 milhões destinados a aliados de Bolsonaro

Candidata do MDB confirma utilização da verba para combate à pandemia no MS e liderança do partido no Senado nega atendimento de interesses políticos como condição para repasse

Senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à presidência da República em 2022.Créditos: José Cruz/ Agência Brasil
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Senadora pelo Mato Grosso do Sul e candidata a presidência pelo MDB, Simone Tebet utilizou R$ 28 milhões de uma verba criada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) para beneficiar aliados no Congresso. Crítica do “toma lá, dá cá” e da falta de transparência na distribuição de dinheiro público, a candidata confirmou o uso dos repasses, que destinou a 29 municípios do seu Estado em julho de 2020 com vistas ao combate à pandemia de Covid-19.

Naquele momento o governo oferecia até R$ 30 milhões para aliados no Congresso fortalecerem suas bases no que tangia ao combate à pandemia. De acordo com reportagem da Folha, os repasses deveriam ser feitos diretamente pelo Ministério da Saúde aos municípios indicados pelos parlamentares, no entanto, parte do montante acabou sendo repartida diretamente pelos parlamentares sem a adoção dos critérios técnicos exigidos. Além disso, partidos de oposição ou neutros ficaram de fora.

À imprensa, Tebet confirmou a indicação dos repasses aos municípios sul-matogrossenses mas negou que a ação tenha sido irregular ou esteja em contradição com suas críticas ao “toma lá, dá cá”. As negociações teriam sido feitas pela liderança do partido no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).

Na época dos repasses, em julho de 2020, o governo era acusado de usar a verba como forma de garantir apoio de parlamentares. O senador Eduardo Braga, que negociou os repasses ao MDB, negou que tenha tido de atender a supostos interesses políticos como condição à liberação da verba.

*Com informações da Folha.