Responsável por levar o Centrão ao governo após dizer, em 2017, que não apoiaria Jair Bolsonaro (PL) porque o então deputado era "um fascista", o ministro da Casa Civi Ciro Nogueira (PP-PI) já rifa o presidente em sua tentativa de reeleição e, em entrevista à Veja, articula a chantagem do grupo político no Congresso em eventual governo Lula (PT) usando as chamadas emendas de relator, que deram origem ao escândalo do orçamento secreto.
“Lula formar uma base não vai ser fácil. A maioria dos deputados, quando vão para a base do governo, é muito em troca de emendas, verbas. Como já tem as RP9 [emendas de relator] na mão do Congresso, a única coisa que sobraria seriam cargos, ministérios, não sei como a sociedade iria reagir se entregasse estatais aos partidos políticos de porteira fechada, como era no passado”, disse à Veja.
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Antevendo a negociata que pretende encampar a partir de 2023, Nogueira estima que mesmo sem a reeleição de Bolsonaro, o Congresso deve ser majoritariamente direitista e deve dificultar o mandato progressista de Lula.
“Deve vir um Congresso muito mais reformista e à direita que o atual. Os partidos de centro devem sair fortalecidos da eleição e a esquerda não faz mais do que 150 deputados”, declarou.