ELEIÇÕES 2022

"Ninguém quer saber se ele é brocha ou não", diz Lula, que sobe o tom contra Bolsonaro

Após DataFolha apontar redução da vantagem na disputa presidencial, Lula subiu o tom e tocou em temas sensíveis ao adversário como misoginia e compra de imóveis em dinheiro. "Quero que a PF vá na casa do Bolsonaro"

Lula em ato em Taboão da Serra.Créditos: Reprodução/Youtube
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Com a redução da vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial - confirmada pelo DataFolha nesta sexta-feira (9) -, Lula (PT) subiu o tom das críticas contra o adversário e focou seu discurso em temas que tem descontrolado o atual presidente, como a misoginia demonstrada no coro de "imbrochável" no 7 de Setembro e a compra de 51 casas pelo clã em dinheiro em espécie.

Após voltar a chamar Bolsonaro de genocida e reiterar a comparação da campanha adversária com a Ku Kux Klan, Lula saiu em defesa da mulher - que "não quer ser mais tratada como objetivo de cama e mesa. A mulher é sujeita da história e tem que ajudar a reconstruir esse país" - e criticou a postura misógina do atual presidente ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro no discursos de 7 de Setembro.

"O Brasil não pode aceitar um Presidente da República que vai no 7 de Setembro e diz 'eu sou imbrochável'. Ele estava falando pra quem? Pra mulher dele porque ninguém quer saber se ele é brocha ou não é brocha. Isso é problema dele, não é nosso. A gente quer saber é se vai ter emprego, se vai ter salário, educação", disse o petista no ato em Taboão da Serra, região metropolitana de São Paulo.

Em meio às propostas, principalmente em relação à retomada dos direitos trabalhistas, Lula ainda comparou as investigações dele e de sua família aos sigilos decretados por Bolsonaro sobre as acusações que envolvem os filhos e o governo.

"No primeiro dia, a gente vai acabar com o decreto de 100 anos. Toda acusação contra a família dele, ele faz um decreto de 100 anos. E nós vamos ver o que que tem para ser protegido por 100 anos. Se fosse verdade, não precisaria de sigilo. Porque toda minha família quando foi denunciada a gente permitiu que a Polícia Federal investigasse porque quem não deve não teme. Foram na minha casa, na casa de meus filhos e não acharam nada e tiveram vergonha de mostrar na televisão que não acharam nada", disse.

Na sequência, Lula focou na compra dos imóveis e exigiu explicação de Bolsonaro. 

"Eu quero que [a PF] vá na casa do Bolsonaro para explicar como é que ele comprou aquela quantidade de casa com R$ 26 milhões pago em dinheiro. Da onde vem esse dinheiro? Não foi de salário de deputado, nem de senador. Só quero que ele explique: como é que alguém pode pagar R$ 26 milhões para comprar os imóveis?", indagou.

Lula ainda partiu para cima diante dos ataques diários de Bolsonaro, que o chama de "ex-presidiário", e dos filhos que propagam que ele é "ladrão".

"Quando ele quiser xingar os outros de ladrão, ele tem que lavar a boca, porque ele não tem autoridade moral", afirmou.

O petista ainda criticou duramente a política armamentista do clã presidencial, lembrando que em seu governo 620 mil armas foram incendiadas. "E o Bolsonaro está vendendo arma pra quem? Para o crime organizado. Quem tá comprando essas armas só pode ser o crime organizado. Antes roubava da Polícia Militar. Antes matava soldado para roubar revólver velho. Agora eles podem comprar, porque o Bozo disse que pode comprar".

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