O juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, no Mato Grosso, falou em "barbárie" na sentença em que determinou a prisão do bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que assassinou o eleitor de Lula (PT), Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, com 17 facadas, além de ter tentado decaptá-lo com um golpe de machado.
"A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie", afirmou o magistrado na sentença, frisando "que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável".
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O apoiador de Bolsonaro, que foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel, e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, contou detalhes sórdidos do crime em depoimento à Polícia Civil.
Ele afirmou que deu um soco no rosto e começou a desferir as facadas após Benedito, seu colega de trabalho, começar a defender Lula. Após as 17 facadas, com o lulista ainda vivo, ele teria ido pegar o machado para tentar decaptá-lo, mas não teve êxito.
Após o assassinato, Rafael voltou para a casa, lavou as mãos e trocou de roupa para ir ao hospital solicitar atendimento médico.
"Alegre, tranquilo e brincalhão"
Em entrevista ao portal G1, da Globo, Paulo Cardoso disse que o irmão assassinado era "alegre, tranquilo e brincalhão"
“Ele não era fanático [por política]. Pelo que entendo, fazenda não tem assunto e a mente fica privada. Às vezes, foi trocar ideia com a pessoa errada e deu no que deu”, disse Paulo. “Quando soube do caso, pensei apenas em pegar o corpo, velar. Não pensei em mais nada”, emendou.
Benedito foi sepultado na manhã desta sexta-feira (9) em Santana do Araguaia (PA). Segundo o irmão, o enterro foi acompanhado apenas pela família e alguns conhecidos.