Líder nas pesquisas eleitorais com 47% de intenções de acordo com o Instituto Datafolha, e com chances de vencer já no primeiro turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou nesta sexta-feira (5) para trabalhadores do SUS em São Paulo. O evento foi um ato pela defesa e valorização da saúde pública e fez parte das atividades da 17a Conferência Nacional de Saúde.
Lula começou seu discurso falando sobre a importância do SUS no cotidiano da população, em especial a percepção dessa importância que aumentou durante a pandemia. “Não haverá saúde de fato se ela não for pública, livre e acessível para todos os brasileiros e brasileiras. Sem o SUS e os seus trabalhadores, o saldo da Covid seria ainda mais trágico. Foram eles que nesse atual governo colocaram suas vidas em risco e se dirigiram para a linha de frente, enfrentando a mais grave pandemia dos últimos cem anos. Muitos adoeceram e outros tantos perderam as suas vidas nessa luta, diante da negação da ciência e da omissão criminosa desse desgoverno. Mas foi graças a grandeza dessas heroínas e heróis anônimos que pudemos ver a importância do serviço público de saúde do nosso querido SUS”, declarou.
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Para o ex-presidente, a saúde pública agora pode ser dividida em dois momentos históricos: um antes da pandemia e outro depois. “Precisaremos lutar muito para colocar o SUS no patamar que precisa estar para garantir aos quase 220 milhões brasileiros a total e plena saúde”, disse Lula.
Na sequência o candidato à presidência falou um pouco sobre os números dos seus governos anteriores em relação à pasta. “Graças às políticas implantadas pelos nossos governos a expectativa de vida do povo brasileiro que era de 70 anos e 9 meses em 2002, subiu para 75 anos e 9 meses em 2006. A mortalidade infantil também caiu pela metade, o que ainda é pouco se comparado com outros países, mas ainda assim uma grande vitória e graças ao trabalho de vocês, trabalhadores e trabalhadoras do SUS. Vamos trabalhar juntos novamente, com toda a força, para garantir que cada criança nascida nesse país tenha uma vida digna, saudável, longa e feliz”, prometeu.
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“Não podemos usar a palavra ‘gasto’ quando falamos de saúde”
O ex-presidente ainda afirmou que é um equívoco tratar como 'gasto' o que seriam investimentos em saúde. Para Lula, é preciso avaliar quanto custa uma pessoa saudável para um país.
“Uma pessoa que possa trabalhar a semana inteira, fazer esportes e aproveitar a vida tem uma capacidade produtiva e intelectual potencializada, e vai melhorar, consequentemente, a capacidade produtiva e intelectual do país. O país ganha com isso. Não é possível então que a gente ainda trate saúde e educação como gasto, é preciso tirar essa palavra desse dicionário, porque são dois bens públicos desse país”, declarou.
Para Lula, a melhoria na saúde e educação durante os seus mandatos não foi por acaso, assim como só foi possível em paralelo com outros setores, como alimentação e saneamento básico.
“Garantimos em primeiro lugar que todos os brasileiros pudesses fazer três refeições por dia. Em seguida geramos 20 milhões de empregos com carteira assinada. O salário mínimo aumentou 74% acima da inflação, criamos o maior programa de habitação da história desse país e investimos fortemente em saneamento básico. Sem habitação, alimentação, educação e saneamento básico é impossível falar de saúde”, declarou antes de firmar o compromisso de que no seu governo não mais haverá um teto de gastos para esses setores.
“Hoje, com o povo na fila do osso e da carcaça de frango e com 125 milhões de pessoas não podendo comer as proteínas e calorias necessárias, nós vamos ter que melhorar muito o sistema de saúde para que esse país não tenha uma pandemia de fome, por falta de comida no país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo e um dos primeiros na produção de proteínas. O problema da fome no Brasil não é falta de produção, é falta de vergonha na cara das pessoas que governam esse país e são insensíveis”, finalizou o ex-presidente Lula.
Assista ao discurso completo abaixo.