DESRESPEITO

Bolsonaro usa morte de Jô Soares para “defender a democracia” e atacar Lula

O presidente até hoje não prestou condolências aos mortos da pandemia e, quando questionado sobre, debochou e disse que “não era coveiro”

Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto.Créditos: Foto: Isac Nóbrega/PR
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O presidente Bolsonaro (PL) usou as suas redes sociais para prestar homenagem ao ator e comunicador Jô Soares, que faleceu nesta sexta-feira (5). De maneira descompassada, presta condolências, mas faz uso político dela. 

"Independentemente de preferências ideológicas, Jô Soares foi uma grande personalidade brasileira que conquistou a todos com seu modo cômico de discutir assuntos profundos. Que Deus conforte a família e o acolha com a cordialidade que o próprio Jô recebia a todos", disse o presidente. 

De maneira baixa, Bolsonaro usa a morte de Jô Soares para falar de liberdade, democracia e criticar indiretamente o ex-presidente Lula, pois, na visão do presidente, o petista é "defensor de regimes autoritários". 

"Jô sempre fez bom uso do seu direito de livre expressão. Por muitas vezes teceu duras críticas contra mim, inclusive. Mas foi por viver num país livre, não em um regime autoritário, que ele pode exercê-lo integralmente. Essa é a beleza da democracia", disse. 

Além do uso político da morte de Jô Soares, chama a atenção que Bolsonaro nunca fez esse tipo de declaração e até hoje não prestou condolências aos mortos da pandemia, pelo contrário, já fez deboches e gritou aos quatro cantos "eu não sou coveiro" quando questionado sobre as vítimas da pandemia.

 

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