A executiva nacional do PSB decidiu que não vai repassar ao deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) os recursos do fundo partidário para que ele faça sua campanha ao Senado. A medida é uma maneira encontrada pela legenda para que o parlamentar desista de sua candidatura.
Isso porque a manutenção da candidatura de Molon quebra o acordo feito com o PT para a aliança com Marcelo Freixo (PSB), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro. Pelo acordo, a chapa de Freixo contaria com André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do estado (Alerj), como candidato ao Senado.
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Petistas vêm pressionando para que Molon abra mão de concorrer a senador. Nesta terça-feira (2), o diretório estadual do PT no Rio aprovou uma resolução pedindo o rompimento da aliança de seu partido com Freixo devido a manutenção da candidatura de Molon ao Senado. O documento será levado para análise da executiva nacional da sigla.
"Companheiras e companheiros, acabo de apresentar uma resolução a Executiva Estadual do PT-RJ solicitando o rompimento da aliança com Marcelo Freixo Governador. Em função da manutenção da candidatura avulsa e divisionista de Alessandro Molon ao Senado Federal sustentada pelo Presidente Nacional do PSB", afirmou João Maurício, presidente do PT-RJ, através das redes sociais.
O PSB, por sua vez, optou por negar recursos para a campanha de Molon para que o deputado tome a iniciativa de retirar a candidatura e o partido não precise fazê-lo. Desta forma, se evitaria uma contestação judicial.
Segundo o jornal O Globo, o teto de recursos do fundo partidário do PSB a candidatos a senador seria de R$ 7,5 milhões, valor que Márcio França, candidato do partido em São Paulo, deve receber. Molon receberia algo em torno de R$ 5 milhões.
Insatisfação entre candidatos
O clima de insatisfação no PSB com a insistência de Molon em disputar uma vaga no Senado está tomando conta dos pré-candidatos a deputado federal pelo partido.
De acordo com reportagem de Caio Sartori e Paula Martini, no Valor Econômico, uma reunião de pré-candidatos a deputado pelo PSB, que ocorreu domingo (31), no Rio, acabou virando um momento de debates acalorados a respeito da insatisfação deles com Molon, que é presidente do partido no estado.
As reclamações são principalmente referentes à manutenção da pré-candidatura do deputado federal ao Senado, o que pode inviabilizar a aliança com o PT no estado.
No domingo (31) e ao longo da segunda-feira (1), uma carta circulou entre os pessebistas. Como não houve consenso sobre o documento, o texto não chegou a ser encaminhado ao presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
A carta critica questões burocráticas internas e é contra a manutenção de Molon na disputa ao Senado, enquanto o acordo entre PT e PSB previa que os petistas apoiassem Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo, com a condição de que o candidato ao Senado fosse André Ceciliano (PT-RJ).
PS: Um membro da executiva do PSB procurou a Fórum para informar que a retirada de recursos da candidatura de Molon é uma proposta de Márcio França e que não foi discutida ainda pelo partido.