O debate realizado pela Bandeirantes/Uol/TV Cultura na noite deste domingo (28) teve alguns grandes momentos, entre eles quando a candidata do União Brasil, Soraya Thronicke atacou o ex-presidente Lula (PT) ao dizer que o mundo que ele propagada só existe na “cabeça dele”. A resposta do líder petista rapidamente viralizou.
Ao responder o ataque de Sorya Thronicke, Lula afirmou disse à candidata que ela não vivenciou o Brasil da sua época à frente do Palácio do Planalto, mas, a empregada doméstica, o jardineiro e classe trabalhadora como um todo vivenciaram os programas sociais das gestões petistas.
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“A senhora diz que não viu esse país que eu falei acontecer. O seu motorista viu, o seu jardineiro viu, a sua empregada doméstica viu. Você pode perguntar para sua empregada doméstica, que ela viu que esse país melhorou. Ela viu que ela podia almoçar e jantar todo santo dia, que ela podia tomar café. Ela viu que o filho dela poderia entrar numa universidade. Porque os pobres, efetivamente, cresceram nesse país e conquistaram cidadania”, disse Lula.
Em seguida, em uma fala que remeteu à personagem Val, do filme “Que Horas Ela Volta?”, de 2015, dirigido por Anna Muylaert e que retrata a vida de uma empregada doméstica e de sua filha, que está prestes a ingressar em uma universidade pública. O filme, que já entrou para a listas dos clássicos contemporâneos, retrata o período em que a classe trabalhadora ascendeu e teve, pela primeira na história da política recente, sua cidadania reconhecida.
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“Talvez a senhora não tenha visto, eu não sei se a senhora votou favorável à legalização do emprego da empregada doméstica. Mas, ela viu que melhorou a vida dela. Ela viu que ela foi respeitada e é assim que vai voltar a ser. O pobre desta país vai voltar a ser respeitado”, prosseguiu Lula.
Ao término de sua fala, o ex-presidente criticou o programa Emprego Verde Amarelo da gestão de Bolsonaro e afirmou que os trabalhadores não podem mais apenas sentir o cheiro da comida e não poder comê-la.
"Ele não ter emprego verde amarelo, ele vai ter emprego efetivamente, com descanso semanal remunerado, com direito a férias, porque esse país acabou com a escravidão em 1888. Não é possível que o trabalhador fique trabalhando como se fosse entregador de comida, sentindo cheiro da comida sem poder comprar o que comer. É preciso que a gente legalize a vida desse cidadão e, transformá-lo num pequeno empreendedor, é dar cidadania para ele. É fazer com que ele tenha direito quando a sua moto quebra, quando seu carro quebra, quando a sua bicicleta quebra, e é isso que nós vamos fazer, porque é isso que nós sabemos fazer, é isso que nós fizemos a vida inteira. Nada de escravidão no século XXI”, finalizou Lula.
A declaração de Lula de que “não é possível que o trabalhador fique trabalhando como se fosse entregador de comida, sentindo cheiro da comida sem poder comprar o que comer” teve ampla repercussão nas redes, entre elas, do Paulo Galo, também conhecido como Galo de Luta, entregador que hoje atua na organização dos trabalhadores de aplicativos. Em muitas entrevistas Galo aborda o fato de os entregadores conhecerem o cheiro de todas as comidas, mas nunca terem as experimentado. O ativista revelou que essa formulação veio do ex-presidente Lula.