O comando da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) considera que ele conseguiu atrair votos de indecisos ao admitir que houve corrupção na Petrobrás, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira, 25.
O PT conta com monitoramentos indicando que a falta de autocrítica do partido após os escândalos do mensalão e do petrolão impede que Lula cresça mais, principalmente na classe média.
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A nova estratégia de campanha consiste em admitir que houve, sim, corrupção no governo, que desvios só aparecem quando são investigados e que o ex-presidente deu autonomia às instituições, diz a coluna de Vera Rosa no Estadão.
Lula afirmou, por exemplo, que em 2007 soube com antecedência de uma ação da Polícia Federal na casa de seu irmão Genivaldo Inácio da Silva, o Vavá, e nada fez.
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Excessos da Lava Jato
Apesar de reconhecer a corrupção, Lula deixou claro que a Operação Lava Jato, conduzida pelo ex-juiz Sérgio Moro em conluio com procuradores, ultrapassou todos os limites porque tinha objetivos políticos e queria condená-lo “a qualquer custo”.
Se antecipar ao assunto corrupção é a vacina encontrada pela campanha de Lula. A equipe sabe que o programa de Jair Bolsonaro (PL) deve falar do assunto no horário eleitoral gratuito que começa nesta sexta-feira (candidatos à Presidência entram no sábado). Lula deu a deixa da reação na entrevista ao Jornal Nacional:
“Você acha que o mensalão que tanto se falou é mais grave do que o orçamento secreto?”, perguntou o ex-presidente. O escândalo do orçamento secreto foi revelado pelo Estadão. O esquema consiste na liberação de dinheiro das chamadas emendas parlamentares de relator em troca de apoio político ao governo Bolsonaro.
O reconhecimento público sobre a corrupção nos governos petistas sempre foi tema de divergências, nos bastidores do partido. Não era raro ouvir, em reuniões do PT, a seguinte frase: “Não vamos ajoelhar no milho”. Neste sentido, a entrevista ao Jornal Nacional foi histórica.
Com informações da coluna de Vera Rosa no Estadão