SABATINA NA GLOBO

JN: Lula vai jogar debate para a vida dos brasileiros; Bonner e Renata serão inquisidores, diz deputado

Carlos Zaratini afirma que Lula vai focar suas falas na crise econômica aprofundada por Bolsonaro e Paulo Guedes, que levaram ao endividamento de milhões de brasileiros, que voltaram ao mapa da fome.

Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em entrevista ao Fórum Café nesta quinta-feira (25) - assista ao final da reportagem -, o deputado Carlos Zaratini (PT-SP) chamou a atenção pela postura de inquisidores que William Bonner e Renata Vasconcellos devem assumir diante de Lula (PT) na sabatina no Jornal Nacional na noite desta quinta-feira (25). No entanto, ele afirma que o presidenciável deve buscar puxar o debate para a vida dos brasileiros, principalmente na questão econômica que tem levado muitas famílias a voltarem ao mapa da fome.

Para Zaratini, os apresentadores do JN devem tentar resgatar o tema da corrupção e focar em distorções de declarações de Lula - usadas principalmente por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) - como ocorreu em discurso em Belo Horizonte no último final de semana, quando o petista falou em combater a violência de gênero, sofrida pelas mulheres.

"O Bonner e a Renata farão perguntas do tipo inquisitória, aquelas coisas de levantar de novo assuntos de corrupção, vão entrar no que eles chamam de escorregadas do Lula - aquelas frases que tentam distorcer. Por exemplo, o Lula falou em relação às mulheres em seu discurso, de que ninguém vai bater na casa e nem no Brasil. Por quê? Porque ele vai ser presidente do Brasil e a Lei Maria da Penha vai prevalecer no Brasil, então aqui no Brasil não vai poder bater em mulher. Ai, eles tentam fazer essas distorções e acho vão tentar pegar por ai", disse.

O deputado afirma que Lula vai jogar o debate para o impacto da crise econômica, aprofundada por Paulo Guedes, na vida dos brasileiros, que estão cada dia mais endividados. 

"O Lula vai jogar o debate para a questão da vida do povo brasileiro. A gente vê casos concretos de pessoas nos procurando, devolvendo apartamentos, e são milhares. Pessoas endividadas. A última informação que a gente teve é que o número de endividados, que não conseguem pagar água, luz, carnê, cartão de crédito pulou de 62 milhões para 66 milhões de pessoas. Quatro milhões de pessoas a mais não estão conseguindo pagar as contas. E ficando inadimplentes, as dificuldades delas aumentam brutalmente".

Zaratini ainda cita medidas do "pacote de bondades" de Bolsonaro, como a liberação de crédito consignado atrelado ao Auxílio Brasil, que favorece diretamente bancos com juros de 50% em 24 meses. O benefício deve ser liberado em setembro, às vésperas da eleição.

"Me procurou uma mulher que está trabalhando com crédito consignado para quem recebe Auxílio Brasil, que é uma nova lei aprovada por Bolsonaro. Ela tem duas desconfianças: eu acho que isso é eleitoreiro, porque vai soltar o crédito às vésperas da eleição. Segundo, o povo não está conseguindo pagar suas contas. Então, está loucamente atrás desse crédito consignado. A pessoa vai receber R$ 2 mil e em 24 meses vai pagar R$ 3 mil - 50% a mais. Isso vai abater do Auxílio Brasil: R$ 126 de prestação. Então, a pessoa para pegar esses R$ 2 mil faz qualquer coisa. E depois, como faz? Mas, a pessoa não está pensando no depois, está pensando no agora. Como é que eu vou comer lá na frente é outro problema. A situação do povo é dramática e o Lula vai falar disso", disse.

Assista à entrevista