Após ser alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), o empresário bolsonarista Luciano Hang, conhecido como Véio da Havan, divulgou nota, nesta terça-feira (23), em que nega que tenha falado em golpe ou atacado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas mensagens trocadas em grupo de WhatsApp com outros empresários apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Nas conversas, divulgadas pelo jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, esses empresários faziam defesa aberta de um golpe de estado caso Lula (PT) vença as eleições de outubro.
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, então, autorizou a operação de buscas e apreensão realizada pela PF, que teve como alvo, além de Hang, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu.
Em nota, Hang afirmou que as mensagens deixam claro que ele "nunca" teria falado sobre o STF. Nova reportagem de Guilherme Amado divulgada após a operação, no entanto, mostra o contrário. A matéria traz outras trocas de mensagens em que o Véio da Havan faz ataques a ministros da Corte.
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Segundo a reportagem, em 12 de maio, por exemplo, o dono das lojas Havan enviou no grupo em questão um link que tinha o seguinte título: “Presidente do TSE afirma que teremos eleições limpas no Brasil”. A mensagem continha ironia, já que, na sequência, o empresário comparou o ministro Edson Fachin ao casal Nardoni, condenado pelo homicídio de Isabella Nardoni, que tinha 5 anos de idade. “Casal Nardoni afirma que cuidará bem do seu filho”, escreveu Hang.
Já no dia 27 de maio, o Véio da Havan voltou a atacar o TSE e o STF. “Por que o tremendo desgaste do Supremo para tirar Lula da cadeia, se não fosse para torná-lo presidente? Você pode duvidar de tudo no Brasil, exceto do TSE de Fachin, Alexandre e Barroso. O TSE comprovará que o DataFolha está corretíssimo. Não podemos esperar acabar o jogo para pedirmos o VAR”, dizia a mensagem encaminhada pelo empresário.
Confira a reportagem completa com essas e outras mensagens aqui.
PF avalia pedir prisão dos empresários
Os empresários bolsonaristas que trocaram mensagens de teor golpista em um grupo do WhatsApp e que foram alvos de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (23) podem ser presos a depender do que for encontrado nas buscas. As informações são das jornalistas Julia Dualibi e Andréia Sadi, no G1.
A operação foi determinada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ainda nesta terça-feira a Polícia Federal deve tomar depoimento dos empresários bolsonaristas que articulam um golpe.
Segundo fontes ouvidas pelas jornalistas, os investigados são suspeitos de atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Ao G1, outra fonte revelou que a PF não tinha acesso ao grupo de WhatsApp até que a conversa foi revelada pelo site Metrópoles. Por causa disso, foi necessário obter mais informações para compreender o teor das mensagens. O prazo para ouvir os alvos de busca é de 5 dias.