VAMOS AOS FATOS

Confira a verdade sobre cada mentira dita por Bolsonaro no Jornal Nacional

Fórum desmente as fake news, uma a uma, que foram levadas ao ar pelo presidente durante entrevista com William Bonner e Renata Vasconcelos no telejornal da TV Globo

Créditos: TV Globo/Reprodução
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Durante os 40 minutos em que foi entrevistado no Jornal Nacional, o presidente Jair Bolsonaro, como de costume, lançou uma enxurrada de informações falsas e sem qualquer nexo com a verdade para sair de questionamentos desfavoráveis.

A reportagem da Fórum listou pelo menos 19 fake news ditas pelo candidato à reeleição de extrema-direita e trouxe a verdade sobre tais afirmações mentirosas.

Bolsonaro diz que não xingou ministro.

Mentira. Ele chamou o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, de canalha.

Bolsonaro diz que inquérito da PF de 2018 aponta vulnerabilidade nas urnas eletrônicas.

Mentira. Apuração da Polícia Federal e do Tribunal Superior Eleitoral afastou qualquer possibilidade de violação das urnas eletrônicas.

Bolsonaro diz que é perseguido por ministro do STF e que inquéritos que o investigam são ilegais.

Mentira. O STF tem sido acionado sempre que o presidente comete alguma ilegalidade, conforme previsão constitucional, encaminhando o fato para a Procuradoria-geral da República (PGR), como manda a lei.

Bolsonaro diz que quem decidirá se há transparência ou não no processo eleitoral são as Forças Armadas.

Mentira. As Forças Armadas não têm qualquer atribuição constitucional para realizar essa tarefa.

Bolsonaro diz que pedir golpe de Estado e fechamento do Congresso é “liberdade de expressão”.

Mentira. A Lei 1.802, de 1953, define os crimes contra o Estado e a Ordem Política e Social, e dá outras providências. O artigo 5º dessa lei diz que “Tentar, diretamente e por fato, mudar, por meios violentos, a Constituição, no todo ou em parte, ou a forma de governo por ela estabelecida” é crime passível de pena de três a dez anos de cadeia.

Bolsonaro diz que comprou vacina rapidamente e muito antes de vários países.

Mentira. A Pfizer aguardou por 93 dias a resposta para 101 e-mails oferecendo seu imunizante. O presidente proibiu também o uso da Coronavac, desenvolvida na China com uma parceria com o governo de São Paulo.

Bolsonaro diz que “muitos países já dizem que lockdown foi um erro”.

Mentira. Não há qualquer governo relevante no planeta que tenha feito tal afirmação. O fechamento evitou ainda mais mortes e nos países em que foi aplicado controlou a curva explosiva de contaminações.

Bolsonaro diz que “lockdown durou mais de um ano” no Brasil.

Mentira. Sequer houve, tecnicamente, lockdown no país. Nos momentos de maior explosão casos ocorreram fechamentos mais rígidos, mas que duravam poucos dias.

Bolsonaro diz que “lockdown serviu para contaminar mais pessoas em casa”.

Mentira. Não há qualquer estudo no mundo que tenha revelado tal resultado.

Bolsonaro diz que “em menos de 48h chegaram os cilindros de oxigênio na crise de Manaus”.

Mentira. A CPI da Covid provou que o governo Bolsonaro soube da falta de oxigênio na capital do Amazonas oito dias antes da crise explodir e não fez absolutamente nada, deixando os cidadãos morrerem sufocados nos hospitais.

Bolsonaro diz que não imitou pacientes de Covid morrendo com falta de ar.

Mentira. Há dois vídeos, um no cercadinho do Palácio Alvorada e outro numa de suas lives pela internet, que mostram o presidente debochando e imitando pessoas com falta de ar por conta da doença provocada pelo Sars-Cov-2, e ele diz isso antes de cometer tais atos.

Bolsonaro diz que “seu Auxílio Emergencial” impediu a morte de milhões de pessoas por fome.

Mentira. Seu governo e parte de sua bancada no Congresso tentaram impedir a iniciativa. Ao notar que não seria possível, pois o parlamento o aprovaria de qualquer maneira, resolveu tomar para si a medida. Seu governo, depois de muita insistência, aceitou dar R$ 200 para os beneficiários. Quem exigiu o valor de R$ 600 foi o deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG), por meio de um Projeto de Lei.

Bolsonaro diz que Nova York provou que ficar dentro de casa contaminava mais pela Covid do que saindo na rua.

Mentira. Não há qualquer estudo, pesquisa ou teoria científica que comprove tal tese estapafúrdia de que isso ocorreu na maior cidade dos EUA.

Bolsonaro diz que “os números da economia são fantásticos no Brasil”.

Mentira. O Brasil atravessa a maior crise socioeconômica de sua História. Nunca 16% da população passaram fome severa e 56% de todos os brasileiros estiveram em insegurança alimentar. O dólar é o mais alto da história e a inflação é a pior desde a criação do Plano Real, há 28 anos, em 1994.

Bolsonaro traçou paralelo entre França, Espanha, Portugal e Califórnia (EUA) “pegando fogo todo ano”, comparando com as queimadas na Amazônia.

Mentira. Os incêndios nesses países ocorrem em locais de temperatura extrema no verão e não mantêm qualquer relação com os incêndios provocados por desmatadores que se apossam de áreas na selva amazônica.

Bolsonaro diz que povo ribeirinho é quem ateia fogo na Amazônia.

Mentira. Não há qualquer evidência sobre tal teoria, criada pelo próprio presidente e dita pela primeira vez numa Assembleia Geral da ONU.

Bolsonaro diz que seus ministros são todos escalados por critérios técnicos, sem qualquer pressão do Centrão para nomeá-los.

Mentira. Apenas para citar um caso, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, é um dos maiores caciques do Centrão e foi colocado no cargo por conta de uma condição imposta por esse grupo.

Bolsonaro diz que não há provas do caso de corrupção no MEC envolvendo pastores.

Mentira. Dezenas de testemunhas, muitas delas prefeitos de quem os pastores exigiram propina, já depuseram à PF, assim como os funcionários do hotel que viram as barras de ouro recebidas pelos dois envolvidos no caso.

Bolsonaro diz que criou o Pix.

Mentira. O sistema Pix começou a ser implantado no governo de Michel Temer e seus ajustes e início de funcionamento ocorreram na atual gestão, mas pelas mãos de uma equipe técnica do Banco Central, que é um órgão com autonomia e que não está subordinado ao governo federal.