Apesar de todas as campanhas e ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de combate às fakes news, tal método segue a todo fluxo nas redes sociais e em aplicativos de mensagens como o WhatsApp.
Cabe lembrar que, na eleição presidencial de 2018 o uso da fake news e sua disseminação em massa em grupos de WhatsApp foi a principal ferramenta do então candidato Jair Bolsonaro (PL). À época, popularizou a notícia falsa da "mamadeira de piroca", que se espalhou e causou estragos na candidatura de Fernando Haddad, então candidato do PT ao Palácio do Planalto.
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Na eleição deste ano não tem sido diferente, ou seja, a extrema direita que apoia Bolsonaro tem utilizado fake news para aumentar a rejeição de Lula (PT). A Rádio CBN, a partir de uma fake news que "alerta" os evangélicos de que, caso a esquerda volte ao poder central, no caso, caso irá fechar templos, percorre alguns templos para medir o grau de disseminação de tal notícia falsa.
Como neste momento a esquerda representada por Lula e PT é a favorita para vencer a eleição presidencial, a notícia falsa visa vincular o candidato petista a uma suposta rejeição e discurso de ódio em relação aos evangélicos. Para piorar tal situação, a fake News em questão conta com o respaldo de um deputado federal da base de bolsonarista.
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Ao percorrer durante um mês igrejas evangélicas, a CBN descobriu que o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) tem respaldado a ideia de que a esquerda irá fechar templos caso vença as eleições deste ano. O parlamentar, em entrevista à rádio, justifica o respaldo que tem dado a notícia falsa em questão.
"Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: 'tomem cuidado", disse Feliciano, que é pastor da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.
O levantamento da CBN também conversou com seguidores da fé evangélica e revelou opinião dividida sobre misturar religião e política. "Se a esquerda entrar, eles tentarão fazer isso (fechar igrejas), pois não gostam (dos evangélicos). Já vi nas redes sociais candidatos falar que vai proibir a pregação em praças públicas", disse Fátima Dantas, que é evangélica há 24 anos da comunidade da Igreja Quadrangular de Pari.
No entanto, Alice Cristina, que frequenta a Assembleia de Deus Ministérios Missões, em Guarulhos (SP), há pelo menos 30 anos, afirma que "na política, temos que pensar com razão e não com fé ou emoção".
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que atualmente preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou, durante o VIII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral (CBDE) que o candidatado que se utilizar de fake news terá registro cassado.
"A posição do Tribunal Superior é muito clara, já foi dada em dois casos importantes, e será aplicada nestas eleições. Quem se utilizar de fake new, quem falar de fraude nas urnas terá seu registro cassado, independentemente de candidato a qual cargo for", disse Moraes.