O presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou da ideia de fazer uma parada militar na praia de Copacabana no Sete de Setembro. Ele acabou concordando que o tradicional desfile do feriado da Independência seja feito no local de sempre: a Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio.
No local do desfile, Bolsonaro pretende promover um ato político "patriótico", ao estilo das manifestações bolsonaristas, com gente vestida de verde e amarelo e ataques ao STF e às urnas eletrônicas.
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Militares e cúpula da campanha
Tanto militares quanto membros da cúpula da campanha de Bolsonaro tentaram fazer com que ele mudasse os planos desde que a ideia foi apresentada.
Em reunião realizada na última quinta-feira (4), militares apontaram ao menos dois problemas na mudança do desfile para Copacabana: o risco para a integridade física do presidente, que levaria à necessidade de montar um aparato de segurança complexo, e a perigosa mistura de um desfile militar com um ato de viés político partidário eleitoral, a dois meses das eleições.
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O comando da campanha, por sua vez, aponta que os ataques do presidente às urnas eletrônicas e a membros do Supremo Tribunal Federal (STF) tiram votos de Bolsonaro. Pesquisas internas contratadas para orientar a estratégia de marketing mostram que o eleitor médio não gosta desse tipo de radicalização e não compra o discurso de fraude, que faz parecer que Bolsonaro já sabe que será derrotado antes mesmo da votação.
Argumento definitivo
O último e definitivo argumento veio do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Ele afirmou no Twitter que o desfile será realizado na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, "onde o exército organizou e aonde sempre foi feito”.
A avaliação dentro da caserna é a de que a postura de Paes inviabiliza por completo o desfile militar na orla, já que a prefeitura tem papel-chave no planejamento do trânsito, da logística e da segurança do evento.
Com informações da coluna de Malu Gaspar