Usada por Jair Bolsonaro (PL) para manter a fidelidade do eleitorado evangélico e quebrar a resistência a ele entre mulheres, Michelle Bolsonaro (PL) divulgou vídeos de uma "sessão de descarrego" realizada nos Palácios da Alvorada e do Planalto que virou a madrugada de domingo (31) para esta segunda-feira (1º).
O ato religioso de descarrego tem origem no Candomblé, mas foi adotado nos meios evangélicos neopentecostais - especialmente na Igreja Universal -, que classificam ainda como vigília. O objetivo é afastar mau agouro e energias negativas dos locais onde é realizado.
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Nos vídeos divulgados, a primeira-dama aparece fazendo uma pregação na entrada do Alvorada e do Planalto. O grupo de evangélicos também aparece descendo a rampa do palácio presidencial cantando hinos de louvores.
Na última imagem, Michelle relata que a pregação na sede do governo "acabou às 05:00 horas da manhã".
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Escolhido de Deus
Em discurso na convenção do PL que homologou o nome do marido para disputar a reeleição, Michelle revelou que ao menos uma semana leva "intercessores" para realizar o ato no Planalto, fazendo o descarrego até mesmo na cadeira presidencial.
Durante discurso de cerca de 13 minutos, Michelle transformou o ato em um grande culto evangélico e citou a palavra "Deus" 29 vezes, recebendo muitas vezes como resposta um "aleluia".
Michelle apelou ao vitimismo, dizendo que a família é perseguida, que ela própria desenvolveu doença autoimune e a filha, Laura - de apenas 11 anos -, sofre Síndrome do Pânico. Tudo isso para alçar o marido, o Messias, ao status de "escolhido de Deus".
"Ele é um escolhido de Deus. Esse homem tem um coração puro, limpo - além de ser lindo, né? Mas é meu", disse a primeira-dama, após revelar que faz uma espécie de sessão de descarrego, orando na cadeira presidencial todas as sextas-feiras com "intercessores", e afirmar que "enquanto existir esses joelhinhos" - em relação aos próprios - todas as "promessas de Deus" serão cumpridas.