Em artigo na coluna opinião da Folha de S.Paulo nesta terça-feira (5), Pedro Guimarães, que se demitiu da Presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) após uma série de denúncias de assédios sexual e moral relatadas ao Ministério Público Federal (MPF), ironizou as acusações sobre os supostos casos de violência sexual.
"Eu solicitarei à presidência da Caixa que me forneça todas as imagens, de todas as câmeras, da presidência, dos corredores, elevadores, garagens. Esse acervo todo eu quero ver exposto! E quero ver se há em todas essas horas um segundo sequer de comportamento impróprio, um ato atentatório contra uma única mulher. Se não houver, o que dizer? Que eu era um abusador-serial-randômico? Que justamente nas horas e horas de gravações disponíveis, e feitas antes de eu sequer saber que poderia ser vítima de um asqueroso estratagema, eu mantinha um comportamento exemplar fictício?", indagou, ironizando as denúncias.
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No texto, Guimarães ainda compara as denúncias de assédio sexual à acusação feita pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que deixou a pasta após acusar Jair Bolsonaro (PL) de interferência na Polícia Federal (PF).
"Estive na famosa reunião ministerial em que foi dito o que nunca se disse sobre controlar a Polícia Federal. Felizmente, havia a íntegra da reunião gravada. Assim como naquele caso, nos dias que passaram houve vazamento seletivo de frases minhas em reuniões na Caixa. Pediria que a íntegra das conversas fosse publicamente exposta. Vazem tudo! Que a verdade venha à tona, em sua inteireza", escreve Guimarães, abusando das exclamações no texto.
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Sobre as denúncias de assédio moral - como o chilique que deu quando teve os jetons que reduziram seus ganhos mensais, que ultrapassavam R$ 200 mil -, Guimarães diz "não sou perfeito" e usa a velha estratégia de culpar as gestões anteriores.
"Quando cheguei, a empresa estava nas manchetes policiais. Era necessário um choque de postura. Posso ter errado algumas vezes? Sim. Mas nunca haverá áudios meus promovendo a corrupção que antes corroía a Caixa e que estancamos. E não se faz isso rezando o pai-nosso. Às vezes é preciso motivar, às vezes é preciso demonstrar firmeza".