A adesão de banqueiros e empresários à "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito", que passou de 100 mil assinaturas em 24 horas, caiu como uma bomba na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o colunista do UOL, Tales Faria, a equipe da campanha à reeleição do presidente ficou “alarmadíssima” em ter perdido o apoio da elite.
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"A informação que eu tenho é que a campanha do Bolsonaro está alarmadíssima com essa Carta aos Brasileiros", disse o jornalista. “Ela é um ponto de inflexão na campanha, pois mostrou que, se em 2018 a elite chegou a apoiar Bolsonaro, dessa vez não tem conversa. Ele agrediu a democracia e a elite brasileira largou o Bolsonaro."
O jornalista afirma que, após ter perdido o apoio da região Nordeste e dos mais pobres, que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a campanha ainda contava com o apoio da elite.
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"O Guedes seduziu o Bolsonaro dizendo 'vamos fazer um programa ultraliberal e com isso vamos trazer a elite'. Isso, em 2018, teve resultados para o Bolsonaro. Mas agora não dá mais. O Guedes perdeu completamente a sua ligação com o empresariado em geral e a campanha do Bolsonaro está alarmada", afirmou Tales.
Declaração do Secretário de Defesa dos EUA
As declarações e atos de Bolsonaro contra a democracia, entre eles a reunião com embaixadores para fazer críticas às urnas eletrônicas, provocaram também a declaração do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin III, em defesa da democracia nas Américas, feita esta semana em Brasília, fato que também desanimou a equipe do chefe do Executivo.
"A equipe de campanha está sentindo que ele está isolado e, com o Bolsonaro isolado, não tem mais conversa. Se ele fizer um golpe agora, os militares sabem que não poderão apoiá-lo porque não têm também o apoio dos EUA, com quem os militares brasileiros mantêm uma ligação geopolítica muito forte", disse o jornalista.
"Para Bolsonaro, essa Carta aos Brasileiros está sendo um ponto final na campanha dele. Daqui pra frente ele não cresce mais", encerrou.
Com informações do UOL