O encontro de Bolsonaro (PL) com os embaixadores, onde o presidente apresentou uma série de mentiras sobre o sistema de segurança das urnas eletrônicas e, basicamente, anuncia um futuro golpe ao deixar claro que não vai aceitar os resultados das eleições, pois, o sistema eleitoral brasileiro é fraudulento, gerou uma onda de repúdio de praticamente todos os órgãos que atuam no entorno da Justiça eleitoral e até mesmo uma reação do Departamento de Estado dos EUA.
Mas, para a plataforma de vídeos YouTube, a reunião, que foi transmitida ao vivo pelo YT, apesar de um claro ataque à democracia brasileira baseado em mentiras, não viola as regras da comunidade e, portanto, permanecerá no ar.
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Porém, a decisão do YouTube esbarra na contradição, pois, no mesmo dia em que Bolsonaro apresentava as suas "teses" sobre as urnas aos embaixadores, a plataforma removeu uma live do presidente, transmitida em 29 de julho de 2021, onde ele apresentou, basicamente, as mesmas teorias conspiratórias sobre o sistema eleitoral do Brasil.
Ao jornal Folha de S. Paulo, o YouTube declarou que "após revisão, não foram encontradas violações às políticas de comunidade do YouTube no vídeo em questão, postado em 18 de julho no canal Jair Bolsonaro".
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Além isso, o YouTube também afirmou que suas equipes atuam para preservar o equilíbrio entre liberdade de expressão e a segurança de quem se informa na plataforma e que possui conselheiros externos, criadores de conteúdo e a sociedade civil para construir suas regras.
No entanto, a empresa não explica por que excluiu a outra live e manteve a mais recente, visto que ambas possuem o mesmo conteúdo, a saber, colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas e, consequentemente, de todo o sistema eleitoral brasileiro.
Departamento de Estado dos EUA reforça isolamento de Bolsonaro: "Eleições no Brasil são modelo"
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, reforçou em pronunciamento à imprensa em Washington, nesta quarta-feira (20), a posição de seu país em defesa da confiabilidade no sistema eleitoral brasileiro. A declaração vem dois dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) reunir embaixadores estrangeiros em Brasília para colocar em xeque a realização das eleições deste ano, difundindo mentiras já desmentidas sobre "fraude" nas urnas eletrônicas.
“Eleições vêm sendo conduzidas pelo sistema eleitoral brasileiro, capacitado e já testado, e pelas instituições democráticas com sucesso por muitos anos, então ele é um modelo para nações deste hemisfério e além”, declarou Price.
Questionado sobre as declarações de Bolsonaro colocando em xeque a credibilidade do sistema eleitoral do Brasil, o porta-voz do governo estadunidense reforçou que confia nas instituições do país, e frisou que os EUA vão "acompanhar as eleições de outubro com grande interesse e expectativa total que sejam conduzidas de forma livre, justa e confiável, com todas as instituições agindo segundo seu papel constitucional".