ELEIÇÕES 2022

Vexame à vista: Embaixadas ignoram evento em que Bolsonaro quer mostrar power point contra urnas eletrônicas

Bolsonaro agendou para esta segunda-feira um evento em que pretende apresentar power point "documentado" com fraudes nas eleições de 2014, 2018 e 2020 para 50 embaixadores. Muitos desconhecem convite.

Jair Bolsonaro na live em que não apresentou provas sobre fraudes no sistema eleitoral.Créditos: Reprodução/Youtube
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O próximo vexame mundial protagonizado por Jair Bolsonaro (PL) já tem data para acontecer: esta segunda-feira (18). O presidente brasileiro já propagou em live na internet que pretende reunir 50 embaixadores de todo o mundo para mostrar um power point para denunciar fraudes "documentadas" nas urnas eletrônicas nas eleições de 2014, 2020 e 2018.

"Convidei os senhores embaixadores, vou falar sobre as eleições de 2014, documentado, vou falar das eleições de 2020, em especial os números apurados em São Paulo, falar de 2018 também, documentado, documentos do próprio TSE. Nada vai ser inventado da minha parte, porque o mundo tem que saber como é o sistema eleitoral brasileiro", anunciou na live de quinta-feira (14).

No entanto, muitas embaixadas até mesmo desconhecem qualquer convite para o evento, segundo levantamento feito por André Shalders, em reportagem no site do jornal O Estado de S.Paulo.

Apenas as embaixadas da França e da União Europeia - que enviaram um encarregado de negócios - teriam confirmado presença. Os EUA devem decidir apenas nesta segunda-feira se mandará representante.

Segundo o jornalista, embaixadas importantes, como a do Reino Unido e Japão, sequer foram convidadas. Singapura e Suécia também não teriam sido convidadas. O embaixador Lim Ki-Mo, da Coreia do Sul, está em Seul e a embaixada diz "desconhecer qualquer convite". A Rússia não informou se irá ou não e a China não respondeu.

Nesta sexta-feira (15), o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recusou convite. "O dever de imparcialidade impede de comparecer a eventos por eles organizados", respondeu Fachin em ofício à Presidência.