ELEIÇÕES 2022

Fachin recusa convite de Bolsonaro para evento sobre fraude nas votação: "dever de imparcialidade impede"

Presidente do TSE foi o primeiro a recusar formalmente convite para evento em que Bolsonaro pretende apresentar "PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado".

Edson Fachin e Jair Bolsonaro.Créditos: Arquivo/ Presidência da República
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O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recusou convite feito por Jair Bolsonaro (PL) para um evento marcado para a próxima segunda-feira (18) em que pretende apresentar a um grupo de 50 embaixadores "um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral", conforme anunciou em live nesta quinta-feira (14).

"O dever de imparcialidade impede de comparecer a eventos por eles organizados", respondeu Fachin em ofício à Presidência nesta sexta-feira (15).

Bolsonaro foi aconselhado por assessores a chamar os presidentes dos tribunais superiores para a reunião. Até o momento, apenas Emmanoel Pereira, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), teria aceitado o convite.

Na live, Bolsonaro sinalizou que deve repetir as teses já apresentadas - sem provas - de que houve fraude nas eleições de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB), além da teoria propalada por ele que venceu no primeiro turno em 2018.

"Convidei os senhores embaixadores, vou falar sobre as eleições de 2014, documentado, vou falar das eleições de 2020, em especial os números apurados em São Paulo, falar de 2018 também, documentado, documentos do próprio TSE. Nada vai ser inventado da minha parte, porque o mundo tem que saber como é o sistema eleitoral brasileiro", disse na live.