Um dia após o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José Guaracho, após provocações com frases de apoio ao presidente, Jair Bolsonaro (PL) voltou a comemorar o aumento de número de armas no Brasil e incitou apoiadores contra Lula (PT) e ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chamando o atual presidente da corte, Edson Fachin, de "ditador".
Em conversa na manhã desta segunda-feira (11) com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, entre eles membros do movimento pró-armas, Bolsonaro comemorou o aumento de 474% no número de armas no país desde que assumiu o mandato - são mais de 673 mil registros atualmente, ante 117,5 mil em 2018.
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"Tem um pessoal pró-arma. Eu entendo que arma é liberdade, é segurança e é garantia de uma nação também. O maior exército do mundo é o americano, que são seus CACs também. Aqui estamos chegando a 700 mil CACs - em três anos e meio dobramos o números de CACs no Brasil. Isso é uma questão", afirmou, sem detalhar as milícias privadas que são contratadas pelo Exército dos EUA.
Em seguida, Bolsonaro iniciou a incitação de apoiadores dizendo que "não é uma pessoa que vai mudar o destino do Brasil" e repetindo o mantra sobre vida e liberdade.
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"Alguém acha que o povo cubano quer liberdade ou não? Venezuelano quer liberdade? Norte coreano? Então, o povo tem poder de escolher certo seus representantes. Se escolher errado, a tendência é a gente piorar a vida de todo mundo. Eu tenho falado, minha opinião: mais importante que a vida é a liberdade. E vocês estão vendo ao longo dos anos que nossa Constituição está sendo açoitada por quem deveria defender a Constituição", disse, insinuando seu movimento golpista em seguida: "Temos eleições pela frente. O voto é importante - não tenho a menor dúvida. Mas, tem gente que quer eleger as pessoas no grito. Já perceberam isso ai?".
A partir dai, Bolsonaro usa as Forças Armadas para iniciar os ataques contra Fachin, e o ex-presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, e o futuro comandante da corte, Alexandre de Moraes. Ele ainda aproveita para ligar os ministros à teoria da conspiração de que a Justiça estaria trabalhando para eleger Lula.
"O TSE convidou as Forças Armadas para participar de uma comissão de transparência eleitoral. Só que eles não entenderam que o chefe supremo sou eu. E eu determinei às Forças Armadas, junto a seu comando de segurança cibernético, que fizesse o trabalho que tinha que ser feito dentro do TSE. E nós fizemos e apresentamos as sugestões. Agora, o TSE, na pessoa do Fachin - era do Barroso, agora é do Fachin - não aceita que nosso pessoal técnico converse com o pessoal técnico deles. Ontem o Fachin falou que não tem mais conversa com as Forças Armadas. Eu acho que ele já se intitulou o ditador do Brasil. Que age dessa maneira não tem qualquer compromisso com a democracia. E deixe bem claro, Fachin foi quem tirou o Lula da cadeia. Fachin sempre foi o advogado do MST. Nós sabemos o que tem na cabeça dele. Assim como o Barroso, que chegou ao Supremo e defendeu o terrorista argentino, o Battisti. E depois quando chegou na Itália confessou todos seus crimes. Nós sabemos que é Alexandre de Moraes também. Ele acha que a caneta dele é um [inaudiível]. E tem tomado as decisões erradas, tanto que anulei a prisão do deputado. Falei que não seria cumprido", afirmou irritado.
Por fim, Bolsonaro voltou a classificar os adversários como "inimigos", incitando uma guerra por parte dos apoiadores.
"Sei o que está em jogo no Brasil. Nós não queremos que outros poucos países venham mandar aqui, como mandam na Venezuela. Mas, é um momento difícil porque o inimigo não é externo, é dentro do Brasil. Ele está aqui na região dessa Praça dos Três Poderes".
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