DISCURSO DE ÓDIO

Marcelo Arruda: Polícia diz que "indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso"

Em nota, a polícia do Paraná diz que não há previsão legal para o enquadramento como “crime político”.

Marcelo Arruda (ao centro), assassinado em seu aniversário.Créditos: Reprodução
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Em nota divulgada neste domingo (17), a Polícia Civil do Paraná afirmou que a conclusão do inquérito que descartou motivação política no assassinato do guarda civil petista Marcelo Arruda, que foi morto pelo policial bolsonarista Jorge José Guaranho, está correto.

"Portanto, o indiciamento, além de estar correto, é o mais severo capaz de ser aplicado ao caso", diz o texto.

Na nota, a polícia diz que não há previsão legal para o enquadramento como “crime político”, já que a antiga Lei de Segurança Nacional foi revogada pela nova Lei de Crimes contra o Estado Democrático de Direito, que não possui qualquer tipo penal aplicável.

Segundo a polícia, não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei e, portanto, isso não seria aplicável. O texto diz ainda que a conclusão do caso é técnica e "opiniões ou manifestações políticas estão fora de suas atribuições expressas na Constituição".

"Aqui é Bolsonaro"

Em depoimento, que foi divulgado neste domingo, uma vigilante diz que ouviu Guaranho gritar "aqui é Bolsonaro" pouco antes de atirar contra o petista, que comemorara seus 50 anos com festa temática de Lula e do PT em um clube de Foz do Iguaçu.

Segundo o inquérito, a mulher estava fazendo vigilância na região quando viu um carro entrando na sede do clube e afirmou que ouviu o grito de "aqui é Bolsonaro".

"Ela relatou que prosseguiu com a ronda na rua e, então, avistou este veículo saindo bruscamente do local, o que causou estranheza. Disse que após certo tempo viu o mesmo veículo se aproximando em alta velocidade, sendo que teve que jogar sua motocicleta para o lado, pois percebeu que o condutor do automóvel não iria parar", diz o relatório.

No depoimento, ela diz ainda que "logo em seguida, ela passou a ouvir vários disparos de arma de fogo".

No inquérito, a  delegada Camila Cecconello disse que Guaranho atirou contra Marcelo por ter se sentindo ofendido, já que o petista jogou um punhado de terra contra ele após provocação política.

Camila Cecconello conlcuiu que Guaranho não planejou o crime, já que recebeu a informação da festa de Marcelo enquanto participava de churrasco com amigos, e foi até o local para fazer uma provocação. Mesmo assim, ela não considerou a motivação política.

"Segundo os depoimentos, que é o que temos nos autos, ele voltou porque se sentiu ofendido com essa escalada da discussão, com esse acirramento da discussão entre os dois", disse a delegada.

Com informações d'O Globo e do portal G1