O jurista Lênio Streck, professor titular da Unisinos/RS e da UNESA/RJ, denunciou nas redes sociais a intervenção de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito da Polícia Civil do Paraná, que concluiu que não houve motivação política no assassinato de Marcelo Arruda pelo policial bolsonarista Jorge José Guaranho.
Streck cita a viagem à Foz do Iguaçu do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que confessou que cumpriu ordens de Bolsonaro para se encontrar com os irmãos de Marcelo Arruda que apoiam o presidente.
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"Pastor-deputado Otoni (?) foi a Foz Iguaçu na operação Panos Quentes. Confessou: a mando de Bolsonaro. E a delegada atendeu ao pedido. Intervenção cuspida e escarrada. Perdeu-se o pudor. E sempre tem um pastor no meio. Laicidade ignominiosa. Lavaram a jato o motivo do crime", escreveu o advogado, Procurador de Justiça aposentado.
Nem mesmo Luis Donizete Arruda, um dos irmãos que conversou com Bolsonaro, acredita na tese apresentada pela delegada Camila Cecconello.
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“Foi um crime político porque ele [Jorge Guaranho] viu uma decoração que era de esquerda, que tinha a imagem do ex-presidente [Lula], e que caracterizava uma simpatia do PT do meu irmão, e que era um adversário, enquanto eram pessoas de bem”, disse em entrevista à Globo local.
Ele também refutou a tese apresentada pela defesa de Guaranho, que diz que o policial fazia ronda na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresf).
"Se o cara vai fazer uma ronda no local, chega lá e está tudo tranquilo, são pessoas de bem, as pessoas não estão vandalizando, não tem briga, não tem discussão, o que um cidadão normal faz? Manobra seu veículo e vai pra casa [...] Mas como era uma decoração adversa ao viés politico dele, ele resolveu tirar satisfação com os convidados, inclusive com meu irmão", disse o irmão de Marcelo Arruda.