O ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, anunciou nesta quinta-feira (14), por meio de nota, que seu partido deve manter a neutralidade na eleição presidencial deste ano. Depois da tentativa, sem sucesso, de lançar como candidato ao Palácio do Planalto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o dirigente informou que a legenda não chegou a um consenso entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) e, por isso, defende que a sigla se mantenha neutra.
"Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios", diz Kassab.
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Atualmente, o PSD se divide com o apoio a Lula em oito estados - entre eles o Rio de Janeiro, de Eduardo Paes, e Minas Gerais, de Alexandre Kalil - e a Jair Bolsonaro em número igual - como São Paulo, onde a legenda deve ter a vice na chapa de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).
Pessoalmente, Kassab vem dando sinalizações de que deve declarar apoio a Lula. O petista, inclusive, se reuniu pela primeira vez, nesta quarta-feira (13), com Rodrigo Pacheco. Interlocutores que estiveram presentes do encontro afirmam que ambos saíram satisfeitos da reunião.
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Em sua nota, no entanto, Kassab afirmou que divulgará seu candidato à presidência "no momento apropriado", "No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito", escreveu.
Confira a íntegra da nota do dirigente
Colegas dirigentes, parlamentares, executivos e filiados do Partido Social Democrático em todo o Brasil. Quero expor aqui os fatores que me levam a defender este entendimento, que considero o mais adequado para a participação do PSD nessa eleição presidencial de 2022.
O Partido, ao longo de meses e com a atuação de diversas lideranças, buscou o desenvolvimento de uma candidatura própria.
Tínhamos o melhor pré-candidato, o senador Rodrigo Pacheco. A sigla estava unida em torno da sua candidatura. Diante do convite, recebido com grande entusiasmo, Pacheco ponderou ao longo de meses e se convenceu da importância de sua presença à frente da presidência do Senado ao longo do processo eleitoral, papel fundamental para garantir a estabilidade institucional do Brasil.
Ficou a semente de um excelente projeto para o Brasil, que o PSD não abandonou, apenas adiou. Sem o horizonte de uma candidatura própria que pudesse contribuir com o debate neste cenário de polarização, iniciamos uma consulta nacional que, agora, está concluída.
Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios.
Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa Convenção Nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial.
No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito.
Gilberto Kassab