O ex-presidente Lula (PT) saiu "muito satisfeito" da reunião que teve com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), nesta quarta-feira (13), segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que esteve presente e foi um dos articuladores do encontro. A reunião durou quase 3 horas.
Lula e Pacheco almoçaram na residência oficial da presidência do Senado em Brasília na companhia de parlamentares do PT e de outros partidos, além de Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice-presidente na chapa liderada pelo petista.
À Fórum, Jean Paul Prates revelou que Pacheco já havia expressado desejo de conhecer Lula pessoalmente. "Eles nem se conheciam pessoalmente. O Pacheco é um personagem relativamente recente da política, teve uma ascensão rápida, mas não conhecia o Lula pessoalmente. E principalmente depois de fechada a aliança em Minas Gerais [aliança entre Alexandre Kalil, candidato ao governo, e o PT], volta e meia ele comentava: 'poxa, eu não conheço o Lula'. Mostrava desejo de conhecer o Lula pessoalmente", disse o senador, adicionando que esta também era uma vontade do ex-presidente.
Violência política
Segundo o parlamentar, durante o encontro a pauta da violência política veio à tona, na esteira do assassinado de Marcelo Arruda, petista que foi morto a tiros no último sábado (9) por um bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR), num crime com clara motivação política.
No âmbito deste assunto, Pacheco fez questão de frisar, de acordo com Jean Paul, que não equipara Lula a Jair Bolsonaro. Isso porque na segunda-feira (11), em entrevista sobre o ocorrido, o presidente do Senado havia cobrado "responsabilidade" dos líderes políticos. "Especialmente daqueles que disputam a eleição e que têm debaixo de si uma grande militância política, uma aceitação e adeptos no Brasil todo. E me refiro ao presidente Bolsonaro e ao presidente Lula", havia dito na ocasião.
Na reunião com o ex-presidente, no entanto, Pacheco teria negado a intenção de equiparar Bolsonaro e o ex-presidente. "Ele só colocou o Lula porque ele estava se referindo aos dois principais candidatos, que detêm 80% do eleitorado, mas que deveria ter até feito menção a outros candidatos. Não teve, em momento nenhum, a intenção de igualar os dois candidatos nesse sentido, muito menos de incitação à violência", pontuou Jean Paul.
Defesa das eleições e da democracia
As falas de Jair Bolsonaro sobre "fraude" nas urnas e as ameaças que o presidente faz à realização das eleições deste ano também foram pautas na reunião entre Lula e Pacheco.
Segundo Jean Paul Prates, Pacheco assegurou a Lula que, como presidente do Senado e do Congresso Nacional, defenderá a lisura do pleito e estará "junto à Justiça Eleitoral como guardiões deste processo".
Estiveram presentes na reunião, além de Lula, Pacheco, Alckmin e Jean Paul, os senadores Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alexandre Silveira (PSD-MG), Fabiano Contarato (PT-ES), Zenaide Maia (Pros-RN), Jaques Wagner (PT-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Nilda Gordin (MDB-PB), Dário Berger (PSB-SC), Humberto Costa (PT-PE), Veneziano (MDB-PB), a deputada federal e presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann, e Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo de Lula.