Nesta terça-feira (12) o presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou com irmãos de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu (PR) assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho no último sábado (9). Quem viabilizou o contato entre o Bolsonaro e os irmãos do petista, que são apoiadores do presidente, foi o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ).
Em abril deste ano, Otoni de Paula chegou a ameaçar Lula (PT) e apoiadores do ex-presidente de morte ao reagir a uma declaração do petista, que havia afirmado que atos no Congresso Nacional "não movem uma pestana de um deputado", sugerindo manifestações em frente às casas dos parlamentares.
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O deputado bolsonarista, então, usou o plenário da Câmara se referindo a apoiadores do ex-presidente como "vagabundos igual ao Lula" e disparou: "No Rio de Janeiro, a gente tem método de tratar bandido. Lá é na bala. Se visitar minha casa vai ser na bala, está me ouvindo? Na bala, seus vagabundos".
Ligação de Bolsonaro
A ligação que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez nesta terça-feira (12) para familiares de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho no último sábado (9), foi na verdade para dois irmãos do petista, que são apoiadores do atual mandatário. A conversa foi intermediada pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ).
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Informações obtidas pela Fórum dão conta de que os filhos de Arruda não foram contatados e sequer estavam sabendo que o presidente entraria em contato com a família.
No vídeo que mostra a conversa, divulgado pelo jornalista Guilherme Amado, Bolsonaro tenta se dissociar do crime, que teve clara motivação política.
Arruda foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema o ex-presidente Lula e o PT. O assassino, antes de cometer o atentado, gritava palavras de apoio a Bolsonaro e contra petistas.
Bolsonaro, na chamada de vídeo, diz aos irmãos de Arruda que a imprensa "tá quase botando a arma" do crime em seu "colo". O mandatário afirma também que "se por ventura tenha tido uma troca de palavras, duas vezes, não justifica o cara ter voltado armado". "Nem justifica ele ter aparecido lá, presidente!", rebate um dos familiares do petista assassinado.
Ao final, o presidente ainda convida os irmãos do petista para uma coletiva de imprensa em Brasília para que eles falem "a verdade sobre o que aconteceu". Os membros da família ainda não confirmaram se vão aceitar o convite ou não.