Pouco mais de um mês após o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, que foi morto em uma câmara de gás improvisada em viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao ser abordado por estar sem capacete, Jair Bolsonaro (PL) passeou de moto pelas ruas de Maceió na manhã desta terça-feira (28) sem o equipamento de proteção, cujo uso é obrigatório na legislação de trânsito.
Bolsonaro chegou á capital de Alagoas por volta das 9h desta terça-feira. Sem compromissos pela manhã, ele se dedicou a cumprimentar apoiadores, antes de iniciar a motociata.
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Ao menos três motociclistas da Polícia Rodoviária Federal acompanharam o presidente, sem capacete, por todo o trajeto.
Além de não usar o equipamento, Bolsonaro colocou um cinegrafista na garupa e por diversas vezes olhou para o lado enquanto dirigia para falar com a câmera.
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À tarde, o presidente tem outros dois eventos eleitoreiros: entrega de moradias e de obras de restauração da Igreja do Bom Jesus dos Martírios. Na sequência, ele retorna à Brasília.
Sigilo de 100 anos
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) de Sergipe, por meio do procurador da República, Flávio Matias, coordenador do Controle Externo da Atividade Policial no estado, abriu investigação sobre o sigilo de 100 anos imposto pela Policia Rodoviária Federal (PRF) no caso do assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, provocado pela ação violenta de agentes da PRF.
A investigação avalia se a medida pode estar sendo utilizada como blindagem aos policiais contra o fornecimento de informações de interesse público, contrariando a Lei de Acesso à Informação e a Constituição.
Genivaldo foi assassinado no dia 25 de maio, depois de ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à tortura e inalação de gás lacrimogêneo. O Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe apontou que a causa da morte foi asfixia e insuficiência respiratória.
Ao comentar sobre o caso, Bolsonaro equiparou o caso à morte de dois PRFs em Fortaleza, que foram assassinados após um homem roubar a arma de um deles durante a abordagem atabalhoada.
Em seguida, Bolsonaro atacou a "Globo" e jornalistas e se referiu a Genivaldo, que sofria de esquizofrenia, como "marginal".
"Eu lamento o ocorrido há duas semanas aproximadamente com dois policiais rodoviários federais que, ao tentar tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou os dois. A Globo chamou esse bandido de suspeito. E o outro policial, de outra esfera, ao abater esse marginal, realmente foi numa linha completamente diferente", disse - assista ao vídeo.