O ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) rompeu o silêncio desde que renunciou a sua pré-candidatura à presidência ao ser abandonado pelo seu partido. Em entrevista à revista Veja, Doria afirma que a terceira via não se viabilizou e que "o destino do Brasil é ser governado por um populista, de esquerda ou de direita".
Ao ser questionado em quem votaria em um eventual segundo turno entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), Doria afirma que não votaria em nenhum dos dois. "Pela primeira vez na vida, se isso acontecer, vou anular o meu voto. Nunca votei em branco e nunca anulei. Quero estar em paz com minha consciência".
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João Doria acredita que Bolsonaro pode tentar um golpe caso perca as eleições. "Bolsonaro não irá aceitar não apenas a derrota, mas também a perspectiva de derrota. Bolsonaro claramente é um golpista, que advoga e abraça o golpe como forma de se perenizar no poder. Ele afronta a Constituição e defende a ditadura. Eu sei o que foi a ditadura: meu pai foi cassado pelo golpe militar de 1964. Eu vivi isso de perto".
O tucano afirma que a sua baixa popularidade e alta rejeição se deve à máquina de fake news. "Salvamos cerca de 350 mil vidas [com a vacina], conforme estatísticas de especialistas sério que fazem esse tipo de projeção. Tivemos muitos avanços em diversas áreas. Mas houve uma reação da máquina de fake news bolsonarista que nos atingiu profundamente, como se a culpa pela paralisação da economia fosse das medidas que adotamos com pioneirismo em São Paulo para proteger a vida das pessoas".
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Ao ser questionado sobre o fato de ele e Sergio Moro não terem se viabilizados como candidatos, Doria afirma que foram destruídos pela política. "Moro e eu fomos massacrados pela política. Nós não somos profissionais da área. Há os momentos em que podemos participar da vida pública e os momentos nos quais a política nos afasta da vida pública. Tenho respeito pelo Sergio Moro e espero que ele seja deputado federal pelo Paraná".
Por fim, Doria afiram que, por hora, não irá retornar à vida pública. "Comecei a minha carreira como um modesto office boy, com 13 anos, até me tornar empresário. Só depois me decidi ir para a vida pública. Neste momento minha opção é pelo privado, onde estive por 45 anos".