SPOOFING

Vaza Jato: Hackers atuaram sozinhos e não tiveram ajuda ou apoio financeiro, diz PF

Ministério Público Federal pediu arquivamento do processo; ação de hacker foi fundamental para desmontar a operação Lava Jato

Vaza Jato: Hackers atuaram sozinhos e não tiveram ajuda ou apoio financeiro, diz PF.Créditos: Marcos Oliveira/Agência Senado
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu arquivamento do processo que investiga se houve mandante e financiador da ação que ficou conhecida como "Vaza Jato", quando hackers divulgaram conversas entre procuradores e juízes que atuavam na Operação Lava Jato. O vazamento de tais conversas foi fundamental para escanar as relações ilegais entre o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro. 

A manifestação do MPF se dá com base no relatório da Polícia Federal (PF), que concluiu que os responsáveis por acessas as mensagens trocadas por autoridades por meio do aplicativo Telegram não foram pagos e agiram por conta própria. 

Com isso, caberá ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, decidir pelo prosseguimento da ação ou se acatará a solicitação de arquivamento do processo, conforme solicitado pelo MPF. Geralmente a Justiça Federal acolher as manifestações do órgão. 

O relatório da PF informa que "a bancária em confronto com os dados compartilhados pela Operação Spoofing não identificou um possível agente que tenha solicitado ou determinado aos investigados a invasão aos dispositivos eletrônicos de autoridades públicas oferecendo ou fornecendo uma contrapartida financeira para a prática dos delitos investigados, tendo como objetivo embaraçar investigações envolvendo organizações criminosas sendo que a movimentação bancária atípica, identificada, é decorrente de atividades ilícitas relacionadas com fraudes e furtos eletrônicos que ainda é alvo de investigações em inquérito policial junto ao Departamento de Polícia Federal no Distrito Federal". 

 

Vaza Jato e o hacker de Araraquara 

 

Walter Delgatti Neto foi o responsável por vazar as conversas de Moro e Dallagnol. À época, ele ficou conhecido como o "hacker de Araraquara", em referência a sua cidade natal, no interior de São Paulo. 

Quando preso, Delgatti afirmou que havia atuado sozinho. A primeira pessoa com quem Delgatti teve contato foi com a ex-deputada Manuela D'ávilla, que o encaminhou para o jornalista e à época editor do site The Intercept, Glenn Greenwald. 

Após negociações com Delgatti, Gleen Greenwald publicou uma série de reportagens sob o título de "Vaza Jato". Moro e Dallagnol tentaram desqualificar os vazamentos, mas, posteriormente confirmaram a veracidade das mensagens vazadas que revelaram as ações ilegais no âmbito da operação Lava Jato.