A pesquisa CNT/MDA sobre a corrida presidencial, divulgada nesta terça-feira (10), mostra que a diferença entre Lula (PT), que lidera o páreo, e Jair Bolsonaro (PL), caiu 5,6 pontos percentuais entre fevereiro - data do último levantamento - e maio
Em fevereiro, Lula liderava com 42,2% ante 28% de Bolsonaro - um diferença de 14,2 pontos. No estudo divulgado nesta terça, o petista oscilou para 40,6% e Bolsonaro cresceu para 32%. Nos votos válidos, Lula tem 46,1% e Bolsonaro 36,4%. Ou seja, a diferença entre ambos caiu para 8,6 pontos.
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Há, no entanto, uma diferença no método utilizado entre o levantamento de fevereiro e o de maio. O anterior foi feito com entrevistas presenciais, já o mais recente foi feito por telefone. O número de entrevistados nas duas pesquisas é o mesmo: 2.002 eleitores. A margem de erro também é a mesma, 2,2 pontos percentuais.
"Para a seleção dos entrevistados, o primeiro estágio envolve o sorteio dos municípios (...) Dentro de cada município, no segundo estágio, são sorteados os telefones e realizadas as entrevistas de forma a atender às cotas pré-estabelecidas em função das variáveis gênero, idade, renda e escolaridade", diz a descrição da metodologia do estudo de maio.
Na pesquisa CNT/MDA feita em fevereiro, com entrevistas presenciais, a diferença entre Lula e Bolsonaro era de 12,2 pontos percentuais. Número parecido com o apontado em outras pesquisas, como as do Datafolha, Ipec e Quaest, que utilizam o mesmo método. As mais recentes apontam uma diferença de 10 a 15 pontos entre os dois candidatos.
Já as pesquisas telefônicas, feitas por institutos como DataPoder e Paraná Pesquisas, têm apontado uma diferença menor, entre 5 e 9 pontos - como aconteceu no novo levantamento CNT/MDA.
Diferenças no resultado
Em entrevista recente à Fórum, o sociólogo e diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, analisou que as pesquisas por telefone conseguem falar com os eleitores mais engajados, que topariam responder em geral a robôs que lhes contatam via celular ou por telefone fixo.
Já na pesquisa casa a casa ou de fluxo (a presencial), segundo Coimbra, o entrevistador apela para a pessoa lhe conceder apenas 5 minutos e aí conseguiria falar com eleitor um menos politizado.
O sociólogo afirmou ainda, em entrevista à revista Focus Brasil, que "a maioria do eleitorado potencialmente simpático à esquerda está nas parcelas que tem menos acesso ou não tem acesso à telefonia celular".
"Isso explica porque é tão difícil, nas pesquisas telefônicas, preencher as cotas amostrais dessas camadas”, pontua.