Líder nas pesquisas de intenções de votos, Lula (PT) comentou nesta quinta-feira (7) em entrevista a rádio de Fortaleza sobre distorções de sua declaração a respeito do aborto. Em resposta sobre o tema, o petista enfatizou que é contra, mas não se pode negar que a questão existe e quem mais sofre com ela são as mulheres mais pobres.
"Eu sou contra o aborto. Eu tenho cinco filhos, dezoito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. Mas o que eu disse é que é preciso transformar essa questão do aborto numa questão de saúde pública. Que as pessoas pobres vítimas de uma aborto tenham condições de se tratar na rede pública de saúde. É só isso. Qual é o crime? Mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe", disse Lula, lembrando que já foi indagado sobre o tema milhares de vezes durante sua vivência política.
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A fala anterior foi distorcida por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que tentam associar o petista à liberação do aborto e foi pulverizada nas redes.
"Ele [o aborto] existe de forma diferenciada. Quando ele se dá em uma pessoa que tem um poder aquisitivo bom, essa pessoa procura uma clínica boa, quem sabe viaja até para o exterior e vai se cuidar, se tratar. E uma pessoa pobre? Uma pessoa pobre que não tem como se tratar. O que ela faz?", indagou.
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Lula diz até ter citado um exemplo de uma mulher que conheceu, que teria tentado o aborto perfurando o útero com uma agulha de tricô.
"O que eu acho é que o aborto deve ser tratado como uma questão de saúde pública. O Estado tem que dar atenção a essas pessoas pobres que por 'n' razões abortam. E o Estado tem que cuidar. É apenas uma questão de bom senso: por mais que a lei proíba e a religião não goste, ele existe. E muitas mulheres são vítimas disso".
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