Neste domingo (3), o termo "Bolsolão do Busão" amanheceu na lista de assuntos mais comentados do Twitter. O motivo é a revolta de usuários das redes sociais diante da notícia de que o Ministério da Educação de Jair Bolsonaro pretende superfaturar em mais de R$ 700 milhões a compra de ônibus escolares.
Segundo documentos obtidos pelo jornal Estadão, o governo Bolsonaro abriu um processo de licitação para pagar R$ 480 mil por ônibus escolar destinado ao transporte de estudantes em áreas rurais. Técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no entanto, apontaram que cada veículo deveria custar no máximo R$ 270 mil.
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Ao todo, o MEC pretende adquirir 3.850 ônibus, que pelo valor estabelecido no processo de licitação custariam R$ 2,082 bilhões. Esse valor representa R$ 769 milhões a mais do que o custo real dos veículos - uma diferença de 54%.
"A discrepância das cotações apresentadas pelos fornecedores em relação ao preço homologado do último pregão, do ano passado, implica em aumento não justificado do preço, sem correspondente vinculação com as projeções econômicas do cenário atual", diz relatório da área técnica do FNDE.
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O superfaturamento na compra dos ônibus também foi apontado em parecer da Controladoria Geral da União (CGU). Quem assina o processo de licitação, que foi autorizado, é Garigham Amarante, diretor de Ações Educacionais do MEC, indicado por Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, legenda de Jair Bolsonaro.
O novo indício de corrupção no MEC surge em meio ao escândalo revelado recentemente de que pastores aliados ao governo negociam liberação de verbas da pasta, inclusive com pedidos de propina - o caso levou ao pedido de demissão do agora ex-ministro Milton Ribeiro.
Confira a repercussão nas redes do caso, apelidado de "Bolsolão do busão"