A Polícia Federal instaurou nesta sexta-feira (25) inquérito para investigar se houve favorecimento ilegal em repasses de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado o Ministério da Educação (MEC). O esquema de corrupção na pasta está sendo chamado de "Bolsolão do MEC".
O inquérito foi instaurado a partir de um pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) que, nesta quinta-feira (24) enviou à PF o resultado de uma sindicância interna onde há indícios de supostas fraudes na distribuição de verbas da Educação.
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Esse é o primeiro de uma série de inquéritos que a PF deve instaurar nos próximos dias. Um Outro foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República e deve ser aberto pela PF nos próximos dias.
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Bolsolão do MEC
As denúncias contra a gestão Milton Ribeiro à frente do MEC primeiro deram conta da existência de um "gabinete paralelo" comandado por pastores e que funcionava sob o conhecimento do ministro.
Posteriormente, um áudio revelado pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (21) reforça a tese de que o Ministério da Educação (MEC) foi tomado por um gabinete de pastores que movimentos os recursos de acordo com seus interesses pessoais.
Gravação mostra o ministro Milton Ribeiro assumindo que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o MEC priorizasse os pedidos feitos por Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).
"A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. [...] Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar", diz Ribeiro na conversa.
O áudio revelado em reportagem de Paulo Saldaña, na Folha, foi gravado durante conversa do ministro com prefeitos, Gilmar e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da CGADB. Arilton seria, junto de Gilmar, outro membro do chamado "gabinete paralelo" de pastores.