RACHADINHAS

Militar do alto escalão do governo Bolsonaro possui negócios com Fabrício Queiroz

O general de reserva declarou que conquistou o cargo que ocupa atualmente após ser indicado por “um seleto grupo” do entorno do presidente

Militar do alto escalão do governo Bolsonaro possui negócios com Fabrício Queiroz.
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O coronel Washington Luiz Lima Teixeira, assessor da Casa da Moeda do Brasil, e que foi indicado pelos generais do governo do presidente Jair Bolsonaro, possui relação de extrema confiança e proximidade com Fabrício Queiroz, o faz-tudo da família Bolsonaro e investigado por operar o esquema das rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). 

De acordo com reportagem do Intercept, a relação entre o coronel e Queiroz envolve a venda de um imóvel e uma procuração em que Teixeira deu a Queiroz "amplos poderes" para operar suas contas bancárias pessoas na Caixa. 

A procuração dá a Queiroz poder para "acompanhar e dar andamento a processo habitacional, podendo abrir, movimentar e liquidar contas, tomar ciência dos despachos, cumprir exigências, juntar e retirar documentos, requerer, recorrer, concordar e ajustar condições do mútuo, pagar taxas de serviços, assinar os contratos necessários, ajustar preços e comprar".

Ao The Interceot, o coronel declarou que é assessor da presidência da Casa da Moeda, desde novembro de 2021, graças ao apoio de "um grupo seleto [de oficiais] dentro da força". 

As ligações entre o coronel Teixeira e Fabrício Queiroz estão documentadas em cartórios do Rio de Janeiro. Um desses documentos trata-se de uma procuração assinada em dezembro de 2009 pelo então coronel da ativa do Exército onde ele dá "amplos poderes" para que Queiroz opere suas contas bancárias. A procuração segue válida, pois, não há registros de seu cancelamento. 

Queiroz e o coronel Teixeira declararam ao Intercept que a "procuração servia apenas para pedir à Caixa os boletos do financiamento do apartamento que eventualmente atrasavam ou se perdiam, porque o oficial nem sempre estava no Rio de Janeiro e não conseguiria resolver essas pendências. Ambos negam que tenha havido qualquer movimentação financeira, saque ou outras operações bancárias". 

O imóvel citado por ambos se trata de um apartamento situado na rua Baronesa, localizado em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, região controlada pela milícia e que pertencia ao coronel. Queiroz ganhou o direito de usar o imóvel como garantia para empréstimo.


A íntegra da reportagem do Intercept pode ser conferida aqui.