A Procuradoria-Geral Eleitoral, por meio do procurador-geral Paulo Gonet, informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que mais uma postagem ofensiva do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em suas redes sociais, contra o ex-presidente Lula (PT) deve ser classificada como fake news.
Porém, inexplicavelmente, afirmou que é contrária a uma punição ao filho de Jair Bolsonaro (PL).
O vídeo em questão é uma montagem grosseira, na qual Flávio tenta passar a impressão de que Lula afirma que estava “falando com o demônio” e que o “demônio estava tomando conta” dele.
Após a divulgação, o PT ingressou com uma representação, afirmando que a gravação tinha sido editada, com o único objetivo de prejudicar a imagem do ex-presidente.
A Procuradoria acatou: “Costuma-se associar esse tipo de procedimento ao conceito de fake news”, destacou o órgão, de acordo com reportagem de Matheus Teixeira, na Folha de S.Paulo.
Contudo, de forma contraditória, o procurador defendeu que não ficou comprovado que a publicação ocorreu no “contexto” das eleições nem que tenha afetado a “integridade do processo eleitoral”.
Dessa maneira, deu parecer contrário à ação que cobrava punição ao filho de Bolsonaro por propaganda eleitoral negativa antecipada, e reivindicava pagamento de indenização ao petista.
Além de publicar o vídeo, Flávio Bolsonaro pedia que seus seguidores nas redes sociais marcassem os líderes religiosos que acompanham e encaminhassem a eles o vídeo.
O senador foi mais longe e transcreveu a seguinte falsa afirmação do ex-presidente: “Eu estou falando com o demônio e o demônio está tomando conta de mim”. A fala, evidentemente, foi editada e aconteceu em agosto de 2021, na Bahia.
Procurador conclui que foi “extirpado” do discurso de Lula “trecho essencial que desfigurou seu sentido original”
A Procuradoria concluiu que a gravação foi manipulada para “inculcar representação falsa da realidade”. Gonet, indicado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que foi “extirpado” do discurso de Lula “trecho essencial que desfigurou seu sentido original”.
Além dele, a representação do PT atingia o vereador bolsonarista de Cascavel (PR), Romulo Quintino, que também publicou o vídeo falso. A Procuradoria decidiu não punir nenhum dos dois.