Um dia depois de perder o ex-juiz Sergio Moro, seu ex-pré-candidato à presidência, o Podemos anunciou, nesta sexta-feira (1º), a filiação do empresário Rinaldi Faria, criador da dupla de palhaços Patati Patatá. O empresário se filiou em São Paulo, mas ainda não definiu a qual cargo irá concorrer.
Ao se filiar, Rinaldi classificou a migração de Moro para o União Brasil como uma traição. "O partido acreditou nele. [Moro] fez viagens e entrevistas em nome do Podemos. Mas ele abandona a sigla na véspera do término do prazo de filiação, e o partido fica sabendo pela internet", afirmou o criador de Patati Patará à colunista Monica Bergamo, da Folha.
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"O partido ganha com isso [a saída de Moro] porque ele não era um nome para a terceira via porque o país inteiro percebeu essa 'traição' feita no passado. O país ganha, e quem sabe eu também", disse ainda.
Moro trocou o Podemos pelo União Brasil e pode acabar ficando inelegível após reafirmar uma pré-candidatura presidencial que o partido não aprovou. Parte da cúpula do UB pretende pedir a impugnação da filiação do ex-juiz, o que pode fazer com que ele perca o direito de concorrer nas eleições de outubro, afinal o prazo para filiações é até esta sexta-feira.
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O tesoureiro da sigla em São Paulo, deputado federal Alexandre Leite, reforçou que a filiação de Moro estava vinculada a um plano eleitoral estadual. "A filiação do ex-juiz Sergio Moro se deu com a concordância de um projeto pelo estado de São Paulo, isto é, deputado estadual, deputado federal ou, eventualmente, Senado. Em caso de insistência em um projeto nacional, o partido vai impugnar a ficha de filiação de Moro", diz a nota assinada por Leite, que não fez parte do movimento anti-Moro da cúpula do UB.
A crise estourou após o ex-juiz fazer pronunciamento deixando a possibilidade de concorrer ao Palácio do Planalto em aberto. "Não desisti de nada", disse o ex-magistrado, adicionando ainda que não será candidato a deputado federal.