Parte da cúpula do União Brasil, novo partido de Sergio Moro, está insatisfeita com a filiação do ex-juiz à legenda e, mais especificamente, com a possibilidade de ele se candidatar à presidência. Oito caciques da sigla, que são políticos advindos do DEM, entre eles ACM Neto e Davi Alcolumbre, devem apresentar um pedido de impugnação da filiação de Moro.
Isso porque nesta sexta-feira (1), apenas um dia após anunciar sua entrada no União Brasil e que abriria mão de concorrer ao Palácio do Planalto, Moro fez um pronunciamento confuso afirmando que não desistiu e que não será candidato a deputado federal, deixando em aberto a possibilidade de ainda ser candidato à presidência.
Diante da nova fala do ex-juiz, ACM Neto informou à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, que ele e seu grupo apresentarão requerimento para impugnar a filiação. Na quinta-feira (31), o grupo já havia deixado claro, em nota, que não aceitaria uma candidatura de Moro à presidência.
"Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido", dizia a nota.
Além de ACM Neto e Alcolumbre, compõem o grupo o deputado Efraim Filho, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a deputada Professora Dorinha, o ex-ministro Mendonça Filho, e o prefeito de Salvador, Bruno Reis.
O grupo liderado pelo presidente do União Brasil, Luciano Bivar, no entanto, tem 9 membros. Caso esta ala decida bancar a candidatura de Moro ao Planalto, a corrente de ACM Neto seria derrotada. Por outro lado, se a filiação de Moro, de fato, for impugnada como querem os 8 caciques, o ex-juiz pode se tornar inelegível, já que o prazo máximo para que os candidatos estejam com filiações oficializadas se encerra neste sábado (2).
Confira abaixo a nota de parte da cúpula do União Brasil divulgada na quinta-feira sobre a candidatura Moro
"Nós, membros da Comissão Instituidora do União Brasil, reconhecemos a importância e respeitamos a trajetória na vida pública do ex-ministro Sergio Moro. Entendemos, também, que Moro pode contribuir muito para o debate político nacional.
Entretanto, deixamos claro que o seu eventual ingresso ao União Brasil não pode se dar na condição de pré-candidato à Presidência da República.
Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido.
ACM Neto, Secretário Geral
Efraim Filho, 1º Secretário
José Agripino Maia, Vice-Presidente
Ronaldo Caiado., Vice-Presidente
Prof. Dorinha, Vice-presidente
Mendonça Filho, Vice-Presidente
Davi Alcolumbre, Vice-Presidente
Bruno Reis, Vice-Presidente"