TRANSFOBIA NA POLÍTICA

Duda Salabert: "O algoritmo das redes valoriza o discurso de ódio"

A vereadora de BH também afirmou que o PDT errou ao não colocar uma mulher trans na campanha nacional sobre mulheres

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Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quarta-feira (9), a vereadora Duda Salabert (PD-MG), que foi a mais votada de Belo Horizonte na eleição de 2020, declarou que o PDT errou ao não colocar uma mulher trans na campanha nacional sobre o 8 de março e que os algoritmos privilegiam o discurso de ódio. 

"As redes são fundamentais, a rua é mais importante do que as redes, mas mais importante é a construção de base que nós fazemos. Nós já tínhamos um projeto com a população de construção e de militância com a cidade que pavimentou a campanha. A rua é mais importante, sem dúvidas, embora, os fascistas tenham a rede em seu favor porque o ódio engaja muito mais", disse. 

Em seguida, Salabert falou da necessidade de se ocupar as redes. "Nós temos que ocupar as redes, que é um espaço que nos temos perdido muito e foi negligenciado em campanhas anteriores. Se fosse para apontar uma falha do nosso campo, eu diria que tem sido como a gente tem ocupado as redes sociais. Mas essa falha não é absoluta, porque o algoritmo e como as redes se organizam é para valorizar o discurso de ódio. Nós temos contra nós algoritmo", analisou a parlamentar. 

Posteriormente, Duda Salabert falou sobre o fato de não ter sido convidada para participar da campanha do PDT sobre as mulheres na política e o 8 de março. "A forma como essa questão foi pontuada corre o risco de transformar um problema estrutural em algo pontual. A transfobia alicerça a sociedade brasileira e está presente em todos os partidos que são espelho da sociedade brasileira", criticou. 

"Foi um erro sim do PDT em não inserir uma mulher trans, e não dizendo a mim, mas sim uma mulher trans na campanha nacional e no anúncio sobre as mulheres. Mas eu pergunto: qual partido colocou mulheres trans em suas inserções nacionais até hoje? Nenhum. Nós do campo progressista temos o dever de cobrar as pessoas que foram historicamente apagadas, das pessoas travestis e transexuais, estejam pautadas nacionalmente", disse Duda Salabert. 

 

Confira abaixo a íntegra da entrevista com Duda Salabert.